Simplesmente viver, é uma coisa...
Saber viver simplesmente, é outra...
Ósculos e amplexos,
MarcialENTENDENDO O SABER VIVER
Marcial Salaverry
Certamente, pode parecer estranho que se fale em “busca do viver”.
Se estamos vivos, vamos buscar o que?
E a melhor resposta será o fato de ser preciso buscar as razões, as motivações que nos fazem estar vivos ao invés de só nos limitarmos a viver.
A diferença entre “estarmos vivos” e “vivermos”, está na maneira de com que nos mantemos vivos.
Existem pessoas que se deixam dominar por um estranho desalento face às menores difi-culdades.
Basta surgir um contratempo e o mundo vem abaixo, passam a lamentar seu “infortúnio”, dizendo que, decerto “Deus me esqueceu”.
Quase que dedicado àqueles que se recusam a enxergar o que está diante dos olhos, ou seja, que a vida não é só de flores, encontrei no jornal “Expresso Popular” de Santos, esta autêntica “joia”, escrita por Waldemar Valle Martins:
“Rezar não é apenas pedir, mas também agradecer.
Quem agradece toca mais uma vez o coração de Deus.
Prece:
Obrigado Senhor por esta meia hora de silêncio quando pude me reencontrar;
Pelo aviso que me deste com a doença;
Pelo tempo que ganhei orando a teus pés;
Pela renúncia que me impuseste e que vou conseguindo aceitar;
Pelo trabalho que me mandaste e que não me permite pensar só em mim;
Pelas horas de solidão que tento transformar em prece;
Pelas provações que me levam ao desprendimento;
Pela compreensão dos meus amigos, que são os anjos que me enviaste;
Pela vida que me deste, e que não mereci;
Pela morte que me reservaste e que aceito, beijando as tuas mãos.”
Waldemar Valle Martins é doutor em Filosofia, professor universitário e membro da Academia santista de letras.
Realmente, é uma lição de humildade e do que eu chamo “Saber Viver”.
Àqueles que por crença religiosa, chamem Deus por outros nomes (eu, por exemplo, sempre o chamo de Amigão), basta que transfiram para o seu Deus o teor desta prece de agra-decimento que verdadeiramente me comoveu.
Não podemos confundir humildade e sentido de agradecimento com conformismo.
O sentido dado pelo autor não é de conformismo com o destino, mas sim de agradecimento pelas benesses conseguidas, ao mesmo tempo que entende que os percalços surgidos são consequências da vida.
Devemos então cruzar os braços e esperar que vida passe?
Claro que não, temos que fazer a nossa parte, aproveitando as fases boas, o que de bom nos acontece, ao mesmo tempo que devemos sempre estar preparados para problemas que possam surgir.
Quando surgirem, ao invés de nos desesperarmos e lamentar “o azar que nos persegue”, vamos procurar soluções.
Mantendo a serenidade, muito mais fácil será encontrá-las, pois o desespero é mau conse-lheiro...
Serve a lógica da engenharia moderna.
Se no traçado de uma estrada surgir um morro, temos as seguintes alternativas: fazer um túnel, contorná-lo, dinamitá-lo, escalá-lo, mas nunca abandonar o projeto, só porque tem um morro no meio do caminho...
Então amigos, dentro da lógica que determina o “Saber Viver”, devemos sempre ter presente que o presente é um presente que temos de aproveitar.
Se estiver favorável, vamos desfrutá-lo, caso contrário, vamos procurar torná-lo favorável.
O que não adianta é encolher os ombros dizendo que nada pode ser feito, e esperar que outros solucionem o problema por nós, ou que Deus o resolva por sua conta e risco.
Inclusive está em nossas mãos, fazer de cada dia, sempre UM LINDO DIA...
Font: Comic Sans MS
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