EMAILLAÇÕES
Marcial Salaverry
Existem certas palavras que, se ainda não foram inventadas, já deveriam ter sido.
Como por exemplo, “emaillação”, ou seja, o ato de se passar e-mails.
É compreensível que exista.
Sabemo-la útil e necessária.
Então, consideremo-la inventada, pois...
Outro exemplo, uma comunicação via e-mail, pode ser uma co-municação “emaillatória
”.
Li, não sei quando, em algum lugar, uma mensagem que me foi passada por meu guru L’Inconnu, que “Enviar uma carta é um bom meio de ir a algum lugar sem mover nada,
a não ser o co-ração”.
Como isto foi lido há muito tempo, vamos modernizar um pou-co,
trocando “carta" por “e-mail".
Claro,
precisamos nos situar na época atual.
Sem parar para pensar naqueles que fazem mau uso dos e-mails, ou seja, hackers e viróticos,
realmente enviar um e-mail é comunicar-se com o coração, sempre abrindo a possi-bilidade de uma nova amizade, pois
no momento em que envia-mos um e-mail, automaticamente abrimos nosso
endereço, pro-piciando uma resposta, pois sempre consta o endereço do re-metente.
Certo que alguns usem endereços forjados.
Mas consideremos apenas quem pretende dar um uso adequado para os benefícios da tecnologia, e apenas deseja comunicar-se com facilidade, procurando desenvolver seu
circulo de ami-zades.
Convenhamos que é uma maneira altamente prática de se co-municar, pois em poucos segundos conseguimos nos contatar com qualquer
parte do mundo, e tudo isso sem ter o estafante trabalho de comprar um envelope, escrever uma
carta (dizem que datilografar é ou era falta de educação), colocá-la dentro do envelope, enfrentar uma fila no correio para postar a ben-dita carta, que, com muita boa
vontade “correial”,
tem a pos-sibilidade de ser lida (se chegar), apenas
alguns dias após.
Há que se notar ainda, que sem trabalho algum, podemos “con-versar” com muitas pessoas ao mesmo tempo, em partes as mais distantes do mundo.
Realmente fantástico...
Com as emaillações, você senta na cadeira (alguns dizem que sentam no computador. Não aconselho.), batuca no teclado, clica “enviar” e pronto já tá lá.
Se a vítima, digo, o destinatário estiver com o Outlook aber-to, lê no ato.
Lindo, não.
Se quiser, pode xingar a mãe, digo, responder imediatamente.
Mais lindo ainda.
Mesmo com todas essas facilidades, continua sendo um ato de amizade, e é por isso que digo,
quando receberem um e-mail, respondam-no, mesmo que seja só para dizer “oi. Recebi. Gostei (ou não)."
Assim, estarão devolvendo o gesto de amizade.
Amizade, não se esqueçam, não é coisa para ser jogada fora.
Concordam?
Reconheço que não é todo o mundo que gosta de escrever
um monte de besteiras e enviar para os amigos.
Mas um “oi" de vez em quando, não arranca pedaço do dedo.
Nem que seja para pedir que não escreva mais.
Mas sempre é bom escrever.
Nos velhos tempos pré-computadorais, eu sempre tive a maior preguiça para escrever
cartas.
Bem... quando morava no Congo, escrevia longas cartas para a patota toda.
Mas gastei o estoque todo lá.
Fiquei um bom tempo, sem pensar em
escrever.
Sei que algumas pessoas acham que deveria ter continuado assim.
Mas... por certas razões comecei a fazê-lo e peguei gosto pela coisa.
E vai ser meio difícil parar... pelo menos enquanto os dedos continuarem obedecendo aos comandos do cérebro (tenho,
sim... e funciona... acho).
Depois desta defesa ao bom uso do e-mail, espero que todos tenham
UM LINDO DIA.
Marcial Salaverry
Santos - SP
Fundo Musical: Words Este é um diálogo muito profundo.
Vejam se não: -Às vezes gostaria de perguntar a Deus por que ele permite que haja miséria, fome e injustiça, quando poderia fazer algo a respeito.
-Por que não pergunta? -Receio que ele me faça a mesma pergunta...
Marcial Salaverry
Formatado por Thereza Cristina
|