A sexualidade no amor
 

Recebi em 15/06/2006

Sexualidade, sensualidade, paixão, desejo, amor...
Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa...
Separar as coisas, sempre será uma coisa...
Osculos e amplexos,
Marcial

 

A SEXUALIDADE NO AMOR
Marcial Salaverry

Fala-se muito sobre amor, sobre amizade, sobre carinho, mas apesar da evolução porque passamos atualmente, o se-xo ainda é encarado como algo a ser escondido.

Há bem pouco tempo atrás era considerado pecaminoso, e as pessoas, principalmente as mulheres, só travavam conhe-cimento com o assunto quando o praticavam e apenas guia-das pelo instinto natural.

Muitas vezes, sequer sabiam o que estavam fazendo.

Só sabiam que era bom e gostoso.

Felizmente as coisas mudaram, mas nem tanto.

Ainda existem muitos tabus a serem analisados sobre o as-sunto.

Inicialmente, uma questão: O que é o sexo?

Vamos procurar definir as coisas.

Genericamente, sexo é a parte do corpo humano que indica se o nenê é "O" ou "A".

Depois, com o passar do tempo é que vão se descobrindo as diferenças.

E também para que serve.

E a coisa começa a ficar interessante, e perigosa, porque o sexo praticado aleatoriamente pode acarretar alguns pro-blemas...

Existe uma grande diferença de conceitos sobre o ato se-xual.

A primeira das quais é aquela que mais está em voga.

Quando alguém vai praticar o saudável esporte do coito, diz que "vai fazer amor".

Será que o amor "pode ser feito?".

Ora, aí já existe uma tremenda incoerência.

Pois ao praticar o sexo não se "faz amor".

Pode-se fazer crianças, se não forem tomados os devidos cuidados.

O amor pode levar a fazer ou a praticar o ato sexual, mas não é feito por ele.

Uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa..

O amor surge dentro das pessoas, nasce muitas vezes sem ser chamado.

Da mesma maneira que os entregadores de gás tocam a campainha sem terem sido chamados, ele muitas vezes vem e se instala, sem dizer o porque.

E pode levar as pessoas a praticar sexo.

Mas... nem sempre é o amor o responsável pelo sexo.

Tanto pode-se amar sem fazê-lo, como se pode (e com muito mais frequência), fazê-lo sem amor.

Duas pessoas se conhecem (atualmente já se explica assim, pois a prática do sexo já não exige mais que os partici-pantes sejam de sexos diferentes).

Sentem-se atraídas.

Sentem desejo uma pela outra.

Isso não quer dizer que se amem.

Desejam-se.

O desejo é uma atração carnal, material, enquanto o amor é etéreo.

Resolvem satisfazer seus desejos e o fazem através do ato sexual.

Muitas vezes o desejo era apenas uma curiosidade de conhecer como seria o sexo com "aquela" pessoa.

Satisfeita a curiosidade, um abraço.

Cada qual segue seu caminho.

O sexo, basicamente é uma necessidade física que a mai-oria das pessoas tem.

Tanto é que, em casos de carência, apela-se para os "pro-fissionais do sexo" que sempre estão de plantão.

Muitas vezes, é uma simples explosão de momento.

Por um motivo qualquer sentiram-se atraídos e resolveram partir para a aventura, embora sem qualquer perspectiva futura.

Apenas para satisfazer um desejo ou mesmo suprir uma necessidade.

Não existe razão que explique isso.

O porque de sentir esse desejo de transar com deter-minada pessoa, não tem muita explicação, e nem é o caso de buscá-la.

O desejo veio, e deve ser satisfeito, embora não exista amor.

Existe desejo.

E esse é o requisito necessário para o sexo.

Sem desejo, fica algo mecânico, sem graça.

Havendo o desejo ele é extremamente prazeroso.

Claro fica mais ainda quando há o amor.

Muitas vezes, pessoas que se odeiam, se desejam, por mais paradoxal que pareça.

O desejo sexual é um sentimento totalmente desvinculado de qualquer outro.

O amor pode ser uma consequência de um sexo gostoso.

Ambos, entendendo-se na cama, PODEM vir a se amar.

Não é uma garantia.

Nem sempre um sexo apaixonado e sensacional indica que se amem.

Indicam que se desejam.

E este pode terminar um dia.

O que faz o sexo, perdurar é o amor e não a paixão.

O amor vem com a convivência.

O amor resiste ao tempo.

O amor resiste às distâncias.

O amor pode surgir mesmo à distância, sem o conhecimento físico, quando há uma atração de almas.

O amor resiste às intempéries da vida.

O amor resiste até à falta de sexo.

Enquanto que o desejo, a paixão, só resistem até serem satisfeitos, até matar a curiosidade de como será o sexo com essa pessoa.

Cada pessoa encara isso de uma maneira diferente.

Portanto, não existe verdade absoluta a esse respeito.

Onde muita gente concorda, é que sexo é bom, que amor é ótimo.

Separados vivem e existem.

Juntá-los é o sonho de todos.

E com esse pensamento, desejo a todos UM LINDO DIA.



Fundo Musical: Innamorata

Midi - Innamorata
Figura cedida por Pedro Henrique