Colaboração recebida da amiga Aliene Santos em 01/06/2015

                                                                                                                                                    
                                                                                                                                        
                                                                                                                                                                       
Quase Setenta
(Recebi sem menção da autoria)

Pois é... estou quase lá...
Decidi então ir em busca de informações que me ajudassem a começar a entender melhor a tal “Terceira Idade” ou “Melhor Idade” como querem alguns! A primeira informação é de que ela começa aos 60 anos. Será
?

 

Procurando mais um pouco, encontrei uma pesquisa sobre esse assunto, cujo resultado foi bem interessante, principalmente vindo de jovens. 47% dos entrevistados acham que a Terceira Idade começa entre sessenta e setenta anos. 23% acreditam que ela começa antes mesmo dos 50 anos. 2% acreditam que ela só começa aos oitenta anos. Eu, particularmente, acho que há controvérsias, pois o meu plano de saúde triplicou o valor da mensalidade quando completei 58 anos...

Então... Descobri também que algumas pessoas acham que Terceira Idade é a idade em que se começa a ficar “caduco”. E que “caduco” é aquele que começa a despertar manias antigas e outras novas, não fala mais “coisa-com-coisa”, começa também a ficar ranzinza. E, sinceramente, acho que, ao longo da vida e em diferentes fases, a gente faz tudo isso e o tempo todo... Manifestamos nossas manias, criamos novas, no sufoco não falamos coisa-com-coisa, mesmo jovens temos atitudes bem ranzinzas em certas situações e, muitas vezes, somos bem chatos! Quem já não fez tudo isso... que atire a primeira pedra!

Um dado é certo: com a chegada da terceira idade, alguns problemas de saúde passam a ser mais frequentes. Aqui eu assino embaixo. Principalmente para as mulheres quando mergulham de cabeça na menopausa!

Mas, ainda segundo a “Wikipédia”, não existe um consenso com relação à fronteira que limita a fase pré e pós velhice, nem tão pouco quais são os indícios mais comuns da chegada nesta fase. Ela chega... e pronto! Seja pela idade, que pode ser qualquer uma... seja pelas manias, e aí, se você for mais jovem, começa a ficar preocupado. Mas, em algum momento da vida, você vai dizer “acho que estou ficando velho”...

Por tudo que li, entendi que o “bem envelhecer” depende do equilíbrio entre as minhas limitações e potencialidades, que, afinal, nunca deixarão de existir. Por isso, tenho que aproveitar cada minuto, cada chance que a vida dá...


Percebo claramente que desenvolver uma flexibilidade comigo mesmo e com a sociedade para me adaptar nessa fase da vida, assim como fiz em todas as outras é básico para ser feliz. Me lembro muito bem como foi sofrido o adolescer. A gente cresce ouvindo e acreditando que ao avançar a idade não há muito o que fazer. Que todo o investimento pessoal que se podia fazer já foi feito, principalmente entre a juventude e a fase adulta, e que, depois, é só colher os frutos deste trabalho...

 A velhice é vista como uma fase sem saída e sem futuro. Discordo veementemente! E, infelizmente, constato que uma parte da sociedade não vê sentido em cuidar dos problemas existenciais do idoso porque acreditam que não há mais o que construir. Terapia de idosos, por exemplo, é vista como perda de tempo... de que vai adiantar? Só vai surtir efeito em gente mais jovem... com cabeça ainda boa e um futuro pela frente! Discordo também... veementemente! Bota veementemente nisto.

 
Mas isso também acontece porque alguns idosos acreditam que, por terem vivido uma longa e, muitas vezes, difícil história, não podem mudar o rumo de sua vida, o modo de pensar ou agir. Deixam-se levar pelo cansaço, e a gente até entende... muitas vezes, a vida não foi mesmo nada fácil... Melhor deixar como está...

Eles não entendem que, no caso da terapia, por exemplo, o objetivo não é mudar o jeito do idoso, mas, sim, dar a ele o acolhimento, o respeito e a compreensão. O objetivo maior é fazer com que ele aceite o seu jeito de ser e descubra maneiras diferentes de viver essa nova fase. Por isso, entendi que compreender primeiro, depois aceitar é o caminho. Essa é a mudança tão necessária. Aceitar a idade, as limitações e não se prender ao que deixou de ser feito, mas o que ainda poderá ser feito. Essa é a grande magia...

 Entendi que não posso deixar de pensar na riqueza da minha experiência adquirida com esforço através dos meus anos vividos. Isso é algo que nenhuma força do mundo poderá me tirar. E me lembrar sempre que essa riqueza de experiência pode minar ou até acabar, se eu me colocar num estado de inércia que, fatalmente, me levará para o tédio e uma profunda solidão.

Por isso tudo... vou à luta... quero ser um idoso legal... que se ama e ama a vida! E ainda deixo um recadinho carinhoso pra você que ainda é muito jovem...
Sorria... Lute Chore Desabafe... Curta as coisas boas e alimente-se com elas... Jogue para o ar o que é ruim... Mas principalmente... ame a si mesmo... Só assim você vai conseguir viver bem todas as etapas da vida e amar o outro. Lembre-se de que não estamos sozinhos. A estrada nunca está vazia...
Um bom envelhecimento a todos! Se você está envelhecendo é sinal que está vivo.
Viva Feliz! Envelheça com dignidade!
***
Texto e midi recebidos do Eduardo Valente
Ilustração: Aliene
Imagens: Internet
Fundo Musical: Berceuse pour nous deux - Andre Gagnon
                                                                                                                                          
                                                                                                                                        
                                                                                                                                                     
 
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