Pergunta:
Poderia nos contar um fato ou uma passagem de sua vida que lhe
traz melhores recordações e que mais lhe tocou o
coração?
Resposta De Chico Xavier:
Peço permissão para contar um caso que para mim foi um dos mais expressivos, que mais parece uma his-tória infantil.
Eu estava em Uberaba, há uns dois anos, esperando um ônibus para ir ao cartório.
Da nossa residência até lá tem uns três quilômetros.
Nós, com o horário marcado, não podíamos perder o ônibus.
Mas, quando o ônibus estava quase parando, uma criança, de uns cinco anos, apresentando bastante penú-ria, gritava por mim, de longe.
Chamava por Tio Chico, mas com muita ansiedade.
O ônibus parou e eu pedi, então, ao motorista: “Pode tocar o ônibus, porque aquela criança vem correndo em minha direção e estou supondo que este menino esteja em grande necessidade de alguma providên-cia.”
O ônibus seguiu, eu perdi, naturalmente, o horário.
A criança chegou ao meu lado, arfando, respirando com muita dificuldade.
Eu perguntei: “O que aconteceu, meu filho?”
Ele respondeu: “Tio Chico, eu queria pedir ao senhor para me dar um beijo.”
Esse eu acho que foi um dos acontecimentos mais importantes de minha vida.
Esta entrevista faz parte de um extenso trabalho de reportagem dos jornalistas
Airton Guimarães e José de Paula Costa,
do jornal “Estado de Minas”,
publicado nas edições de 8, 9, 10 e 12 de julho de 1980.
Fonte: “O Espírita Mineiro”, número 182, maio/agosto de
1980 - Páginas 256/257 do livro
“Chico Xavier - Mandato de amor”/União Espírita Mineira - Belo Horizonte, 1992
Enviado por Luz do Evangelho:
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