Pergunta:
Emmanuel
Resposta De Chico Xavier:
Explicando...
Lembro-me de que, em 1931, numa de nossas reuniões habituais, vi a meu lado, pela primeira vez, o bon-doso Espírito Emmanuel.
Eu psicografava, naquela época, as produções do primeiro livro mediúnico, recebido através de minhas hu-mildes faculdades e experimentava os sintomas de grave moléstia dos olhos.
Via-lhe os traços fisionômicos de homem idoso, sentindo minha alma envolvida na suavidade de sua presen-ça, mas o que mais me impressionava era que a generosa entidade se fazia visível para mim, dentro de re-flexos luminosos que tinham a forma de uma cruz.
Às minhas perguntas naturais, respondeu o bondoso guia:
“Descansa!
Quando te sentires mais forte, pretendo colaborar igualmente na difusão da filosofia espiritualista.
Tenho seguido sempre os teus passos e só hoje me vês, na tua existência de agora, mas os nossos espíritos se encontram unidos pelos laços mais santos da vida e o sentimento afetivo que me impele para o teu coração tem suas raízes na noite profunda dos séculos...”
Essa afirmativa foi para mim imenso consolo e, desde essa época, sinto constantemente a presença desse amigo invisível que, dirigindo as minhas atividades mediúnicas, está sempre ao nosso lado, em todas as horas difíceis, ajudando-nos a raciocinar melhor, no caminho da existência terrestre.
A sua promessa de colaborar na difusão da consoladora Doutrina dos Espíritos tem sido cumprida integral-mente.
Desde 1933, Emmanuel tem produzido, por meu intermédio, as mais variadas páginas sobre os mais varia-dos assuntos.
Solicitado por confrades nossos para se pronunciar sobre esta ou aquela questão, noto-lhe sempre o mais alto grau de tolerância, afabilidade e doçura, tratando sempre todos os problemas com o máximo respeito pela liberdade e pelas ideias dos outros.
Convidado a identificar-se, várias vezes, esquivou-se delicadamente, alegando razões particulares e res-peitáveis, afirmando, porém, ter sido, na sua última passagem pelo planeta, padre católico, desencarnado no Brasil.
Levando as suas dissertações ao passado longínquo, afirma ter vivido ao tempo de Jesus, quando então se chamou Públio Lêntulos.
E de fato, Emmanuel, em todas as circunstâncias, tem dado a quantos o procuram os testemunhos de grande experiência e de grande cultura.
Para mim, tem sido ele de incansável dedicação.
Junto do Espírito bondoso daquela que foi minha mãe na Terra, sua assistência tem sido um apoio para meu coração nas lutas penosas de cada dia.
Muitas vezes, quando me coloco em relação com as lembranças de minhas vidas passadas e quando sensa-ções angustiosas me prendem o coração, sinto-lhe a palavra amiga e confortadora.
Emmanuel leva-me, então, às eras mortas e explica-me o grande e pequeno porquê das atribulações de ca-da instante.
Recebo invariavelmente, com a sua assistência, um conforto indescritível, e assim é que renovo minhas energias para a tarefa espinhosa da mediunidade, em que somos ainda tão incompreendidos.
Alguns amigos, considerando o caráter de simplicidade dos trabalhos de Emmanuel, esforçaram-se para que este volume despretensioso surgisse no campo da publicidade.
Entrar na apreciação do livro, em si mesmo, é coisa que não está na minha competência.
Apenas me cumpria o dever de prestar ao generoso guia dos nossos trabalhos a homenagem do meu reco-nhecimento, com a expressão da verdade pura, pedindo a Deus que o auxilie cada vez mais, multiplicando suas possibilidades no mundo espiritual, e derramando-lhe n´alma fraterna e generosa as luzes benditas do seu infinito amor.
Prefácio do livro
“Emmanuel - Dissertações Mediúnicas Sobre Importantes Questões Que Preocupam a Humanidade”
Escrito em 16 de setembro de 1937, para o lançamento de sua primeira edição
pela Federação Espírita Brasileira em 1938.
Enviado por Luz do Evangelho:
luzdoevangelho@aol.com