Deitado na rede, contemplo as estrelas piscando para mim nesta noite acolhedora que
me faz meditar. Olho ao redor e vejo flores com pétalas banhadas de prata pelo luar, vaga-lumes rasgam a escuridão com seus rabiscos luminosos, de longe chega-me
o pio da coruja, coaxar de sapos, a sirene incessante das cigarras or-questrando uma aquarela sonora da Mãe Natureza criada e regida pelas mãos divinas de Deus.
De resto, o silêncio da Paz invade minh’alma fechando meus olhos e fazendo-me matutar: Não será aqui o Paraíso? Por que não?!
Por que o Homem fala tanto em querer ir para o céu quando morrer, como se lá fosse o Paraíso? Aqui seria
ele se nós não o transformássemos em um inferno! Se déssemos as mãos e nos irma-nássemos, abdicando das abjetas disputas em querer sobrepujar o próximo vendo-o
como um potencial inimigo a ser derrotado.
Dando um voto de confiança à teoria de Charles Darwin, analiso quanto o ser humano INVOLUIU desde a invenção
do machado de pedra até os artefatos bélicos nucleares, inda hoje criados e cada vez “mais aperfeiçoados” para destruir em massa tudo
aquilo que nos foi legado por Deus para usufruto de toda a Humanidade.
Ser o melhor, o maior... Impossível! Perante Deus somos todos iguais, mas insistimos em querer aparecer
e nesse querer, desapa-recemos de Suas vistas. Tornamo-nos infinitamente menores aos olhos do Criador e Dele nos afastamos.
Peremptoriamente estou cônscio de que aqui seria o Paraíso, não fôssemos nós a maculá-lo diuturnamente
com guerras insanas, genocídios, discriminações raciais e sociais, prepotências, luxúrias, intolerâncias, egocentrismos, altivez (daquelas
que causam verti-gens em baixa altura), fanatismos religiosos, obsessão pelo poder, radicalismos, desamor... A lista seria enfadonha demais para expô-la
em sua íntegra.
Abro os olhos e choro. Perdoa-me Deus por fazer parte desta pobre Humanidade que cada vez mais se afasta
dos ensinamentos e exemplos deixados por Seu Amado Filho Jesus Cristo, nosso Maior e Divino Irmão! Estamos a caminho da autodestruição, dizimando tudo o que nos
Destes para desfrutarmos igualitariamente.
Teríamos o bastante para cada um de nós, mas cobiçamos mais, tão mais a ponto de amealharmos aquilo que
nos seja supér-fluo e que tanta falta faz ao nosso irmão carente e semelhante.
PERDOA-NOS!!!