Minha doce menina...
Nossas vidas equilibram-se nos limites
incontestáveis da existência. Você a
espalhar o doce sabor da juventude,
eu a regar meu jardim de recordações
na esperança de preservá-lo por mais
algumas primaveras...
Difícil escrever para alguém que só me
compreenderá em décadas, quando eu
já habitar o vazio... É como tanger as
palavras na vã esperança de que notas
mágicas se eternizem em seu coração.
Certamente você compreenderá então
os diversos sentidos das comemorações
da vida e permitirá que o meu coração
renasça dentro do seu... Puro, ingênuo,
ainda tentando definir o real sentido do amor.
E na inversão desta comemoração, eu
é que lhe peço um presente...
- Empresta-me, Maitê, estes seus ternos
olhinhos para que reencontre a ingenuidade
do meu olhar de menino.
- Empresta-me também, Maitê, a emoção do seu
primeiro caminhar, para que eu possa correr com
você atrás do tempo das minhas inocentes ilusões.
Juro, Maitê, será apenas por um segundo!
Por um segundo apenas...