Hoje vou conversar com a criançada sobre um negrinho feio de fazer chorar Mas os meninos obedientes a mamãe e o papai este bichinho não vem tentar Mas ele ama mesmo é os meninos que gostam de xingar E os que não gostam de estudar não precisa nem falar Querem logo saber seu nome? Lá vai não se assustem, é o saci pererê Não carrega fósforo, nem isqueiro, mas gosta de fumar e ninguém sabe por que, Dizem que fica parando gente na estrada para o cachimbo acender Anda com uma perna só, mas é espoleta pra valer, Usa uma carapuça vermelha, que lhe da um grande poder, A mágica da carapuça o faz aparecer e desaparecer Quando está num lugar, imediatamente torna invisível e ninguém mais o vê, Dizem que tem um assovio tão forte que faz qualquer um correr Esta lenda do saci já vem de muitos anos No tempo dos negros, e dos índios tupi-guaranis ele já vivia perambulando, Olha meninos, dizem que em certas regiões do Brasil ele é um bichinho brincalhão, Acho que não pode é por a mão no fogo, se não a mão da gente vira carvão, Com esta história de brincar e distrair sabe o que ele apronta? Assobia no ouvido das pessoas, desarruma a cozinha e os animais ele espanta, Quebra a ponta das agulhas, bota moscas na sopa, Vocês já viram que força ele traz na sua toca? Não é só isto não, nesta história de brincalhão ele arruma muita confusão, Dizem que só tem uma mão perfeita e na outra um buracão Aí ele joga objetos pro ar e deixa atravessar o furo da mão E com a mão perfeita ele paga os objetos com precisão Ele apronta mais... Chupa o sangue dos cavalos, gora o ovo das galinhas, Queima o feijão que está no fogo, além de outras coisas embaraça os novelos de linhas, Meninos temam a Deus e obedeça a mamãe o papai e a professora Porque se este negrinho for à sua casa, é só mandar que ele vai embora. Lenda adaptada para conto infantil por Valeriano Luiz da Silva Anápolis - GO - abril de 2004 Obs. Adaptação de Valeriano Luiz da Silva |