Conta-se que, no jardim do Rei Gigante, havia uma rosa muito es-pecial
mas que ele a ignorava.
Um dia, o rei, saindo dos seus aposentos, ficou
muito
chateado com a roseira e a sua rosa que estavam coloridas de pássaros, borboletas e beija-flor, oferecendo um colorido variado a cor bran-ca daquela
rosa,
que expressava a cor da paz.
Ele, com inveja, expulsou pássaros e borboletas,
colocando uma cerca em volta de todo o jardim.
Até um beija-flor que
todos
os dias vinha sugar o néctar daquela rosa, oferecendo
seus calorosos beijos
que a enchia de encanta-mento, foi expulso dali.
Ficando sozinha, a rosa sentiu-se muito triste, deixando algumas pétalas caírem sobre o canteiro, e sua mãe, a roseira, começou a murchar.
Porém,
aquele orgulhoso rei, voltando ao jardim, viu a situação mirrada em que se
encontrava a roseira e a sua rosa.
Ela, mesmo fragilizada, fez
brotar mais um
botão de rosa em agra-decimento àquele rei que a deixara ali, habitando o
seu jardim, sem expulsá-la, como fez com os pássaros e as borboletas.
Porém o rei foi contagiado pela nobreza da atitude daquela
roseira e
pelo encantamento do seu botão.
Aquele gesto tão singular, simples e amoroso o contagio.
O amor sempre contagia...
Neste momento, o orvalho da manhã havia deixado pingos brilhan-tes
nas folhas da roseira que mais pareciam lágrimas ou gotas de cristal,
trazendo
um brilho que iluminou o rosto sem brilho do rei e amoleceu o seu
coração árido, endurecido, quebrando a couraça que o contornava.
Mesmo um rei duro de coração, se rendeu diante do amor.
Pensando
bem, não existem duros corações que não se rendam di-ante da bondade, do
carinho e do amor.
E o rei, quando percebeu, estava chorando, as
suas lágrimas se misturaram às gotas de orvalho.
Isso o possibilitou a repensar a
sua atitude egoísta.
Mandou retirar a cerca, deixando que os pássaros retornassem
e as borboletas voltassem a colorir aquela roseira e sua rosa
que, em poucos dias, tomou um colorido mais bonito ainda, uma vez que estava
sendo edificada com o amor daquele novo rei.
A roseira se tornou frondosa e deu muitas e muitas rosas, come-çando a
produzir rosas também coloridas, da cor das borboletas e das penas diversificadas dos pássaros.
O rei mandou plantar muitas roseiras no seu jardim, que passou a ser
chamado de JARDIM DAS ROSAS DO AMOR.