Contam que lá pras bandas do Coité, no interior das Ipueiras,
existe
uma velha cacimba assombrada.
É a cacimba da Irena.
Irena conhecida como mulher ranzinza, egoísta e muito estranha, nos
tempos das águas escassas, cavou uma cacimba, onde todos os dias ia apanhar
água para o consumo de sua casa.
O veio era muito bom, água transparente, saborosa e abundante.
Mas Irena em sua truculência não permitia que ninguém se aproxi-masse da cacimba para usufruir a fartura das águas ali existente.
O tempo passou.
Irena que não nascera para semente, certo dia veio a
falecer.
Com sua morte, os moradores da região não viam mais
impedi-mento
e tentaram apoderar-se da cacimba da falecida.
Mas ninguém conseguiu levar
uma só gota do precioso liquido.
Aqueles que se aventuravam a tal proeza, de lá saiam correndo apavorados deixando: latas, potes, cabaças e rodilhas.
Pois, cada vez que alguém tentava se aproximar da tal cacim-ba era ameaçado por uma
mulher de aspecto estranho que garga-lhava estridentemente, acompanhada por uma
cobra gigante que dava voltas e mais volta ao redor da cacimba.
Reza a lenda que a cacimba assombrada nunca secou, porém, nin-guém
jamais conseguiu retirar uma só gota de água da cacimba da Irena.
Pois a cada
tentativa eram intimidados pelos dois terríveis guardi-ões que dia e noite
vigiavam o recanto da Irena.