Carta ao meu Pai
 


Passado tanto tempo da minha infância, hoje, após ver tantos pais que existem por aí, lhe dou parabéns pelo gran-de pai que você foi.

Você conseguiu ser: Rígido... ainda lembro das cintadas recebidas; Carinho, sinto ainda seus beijos de boa noite; amigo, conversávamos sobre qualquer assunto; companhei-ro, e que grande companheiro, quantos balões e pipas sol-tamos juntos.

Quantas e quantas vezes fizemos juntos cabaninhas no quintal.

Lembro daquela noite quente, que sem dar atenção aos protestos de mamãe, você resolveu atender ao nosso pedi-do e acampamos novamente no nosso pequeno quintal.

Os cobertores estendidos sobre o varal, presos com os pre-gadores, formavam uma cabana desengonçada, mas confor-tável. Com grande algazarra, arrastamos os colchões e os arrumamos, ali no chão lado a lado.

Ainda o vejo deitando-se pertinho de mim.

Mesmo não havendo perigo algum, você não nos deixaria dormir ali sozinhos.

Lembro-me que de madrugada, um temporal desabou... Molhados, mas rindo muito, recolhemos tudo às pressas.

Depois, fiquei ali olhando e ouvindo a bronca que mamãe lhe dava. Deu-me vontade de ir ao seu encontro e o abra-çar, mas fiquei ali parada, pensando: Ela não consegue compreender que ele só esta nos ajudando a realizar so-nhos, porque sabe que no futuro, não poderá mais fazer is-so.

Seus vícios eram fumar, ser honesto. E seu vício maior era trabalhar e trabalhar muito, trabalhar tanto, que chegou a ter na mesma época, três empregos.

Durante o dia trabalhava no comércio, à noite dava aula de inglês e nos finais de semana, lavava e consertava tapetes importados.

Você só não queria que faltasse nada dentro de casa, que-ria dar de tudo para seus 6 filhos.

Um dia você adoeceu.

Era noite de Natal, cansado da Terra, você resolveu ir para o céu, foi empinar pipa com o menino Jesus.

Tenho muito orgulho de você pai.

Onde quer que esteja, FELIZ DIA DOS PAIS.

Este texto é dirigido ao meu pai Gustavo Pedro Niess

Muriel Elisa Távora Niess Pokk
13.08.2006



 

 
 

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