“Mater Mea”


Mãe, lembra-te quando dançávamos despreocupados,
Sem nos apercebermos que já éramos ambos idosos?
Que o tempo passava e que iria nos tornar separados?
Quando te fostes, fiquei sem teus abraços carinhosos.

Quão triste é aqui quedar sem ti, amargando esta saudade!
Principalmente, neste Dia das Mães, quero te reverenciar.
Quanta falta me fazes, mesmo na minha avançada idade!
Sentado no teu colo, sábios conselhos poderia desfrutar.

Passaram céleres os setenta e três anos que juntos convivemos.
Hoje, relembro-os, mas parece que foram setenta e três segundos.
Entre lágrimas e sorrisos, quantas alegrias nós ambos tivemos,
Desde quando me botaste neste insano e controverso mundo.

Ao apagar das luzes, passaste a depender de meus cuidados
Mas não consegui manter-te por muito tempo ao meu lado.
Chegada a hora derradeira, partiste chamada por Deus.
Permaneci aqui amargando em prantos, um dorido adeus.

Quanta coisa me ensinaste, quanta coisa eu não sabia.
Só não constaste que, enquanto eu crescia, tu morrias.
Minha querida mãezinha, espere que aí estou a chegar.
Falta pouco, dentro em breve, voltaremos a nos encontrar!

Ary Franco
(O Poeta Descalço)



Fundo Musical: When The Waves Dance - Ernesto Cortázar




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