MÃE
Carmo
Vasconcelos
Tal Rainha Santa que das rosas fez o
pão,
Tu tornas, mãe, nesse teu ventre, o amor em
filhos!
Nessa alquimia, os vais juntando,
quais cadilhos,
À
nívea franja do teu grande coração!
Não
sendo tu Rainha ou Santa, és abençoada,
Por milagrosamente o teu corpo
gerar
O poema excelso, transcendente e milenar,
Parido
em sangue e dor na carne
lacerada!
Dores atrozes que, extasiada,
desmereces
Ao no regaço ter o frágil ser que
aqueces
Ao calor ímpar desse instante
divinal!
E desligado o ténue fio
umbilical,
Só rompe a morte esse amarrado amor
materno,
Posto que atado foi no céu plo Pai
Eterno!
***
Maio/2008
In
E-Book “Sonetos escolhidos III”
https://carmovasconcelos.spaces.live.com

Midi: Il Divo - When A Child Is Born