Livro Encontro X - Ano de 1988 - Poesia classificada em 3º lugar

CRENÇA - Daisi Teresinha Dorigo Barão

   Te juro
   Que puro
   Julguei seres tu.

  
   No entanto,
   Num canto,
   Vi vícios,
   Distratos,
   Vi nós,
   Cambalachos,
   Mentiras,
   Enganos,
   Que o olho
   Caolho
   Deixou-se fechar.

  
   Que puro?
   Te juro,
   Pensei perguntar.

  
   E dúvidas
   Úmidas
   Encharcaram
   No charco
   Do só
   Do meu eu,
   Empanando
   O brilho
   Do olho
   Caolho
   Que se deixa fechar.

  
   De puro,
   Te juro,
   Tentei te pintar.

  
   E na crença,
   Descrença.
   E da ausência,
   Que bate,
   A mente
   Demente
   E cega
   Não vê
   Que o olho
   Caolho
   Não quis enxergar.

  
   De puro,
   Te juro,
   Não vai mais brilhar.

  
   És cruel,
   Infiel,
   Ímpio,
   Malvado
   E malcriado,
   Pois honras
   Na ofensa
   A crença
   Do olho
   Caolho
   Que só quer te olhar.



Formatação de Carlos Roberto Lemberg
 

 
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