Uma visita ao sítio
Autor: Valeriano Luiz da
Silva
Eu hoje acordei feliz!...
Pensando o que será que
fiz...
Logo o coração me
diz...
Vá visitar a natureza como um
aprendiz...
Eu fui criado na cidade ouvindo e vendo muita
maldade
Agora vejo que a vida no sítio retrata outra
realidade
Uns amigos me
levaram
Para contemplar esta
beldade
Logo chegando ao sítio do
grande amigo
Encontrei verdadeiro
abrigo
Além de estar longe dos
perigos
Convive-se com plantas e
animais nossos amigos mais antigos
Mesmo logo na
recepção
Fui saudado pelo
cão...
Parecia fazer
demonstração...
Que na roça até os animais tem
mais educação
Que emoção é escrever ao
relento
Sentindo no balançar das
árvores um fresco vento
Olhando pra lagoa vendo a
criançada com alegria
Juntamente com os adultos
fazendo pescaria
No meio dos bambuais uma linda
pata está chocando
Contemplo na parte alta os
animais pastando
Muito emocionei vendo a garça
voando
Mas a emoção aumentou quando
vi que era um bando
O almoço feito no sítio é de
sabor incomparável
E o cafezinho então? Sem
mistura e de sabor agradável
Agora no fim de tarde olho
para o coqueiro bacuri
E uma coisa excelente começa
me invadir...
Eu digo pra mim mesmo, espera
um pouco aí!...
Ainda tem mais beleza pra se
ver por aqui...
Continuo observando vejo lindo gueirobal
E junto com o mesmo um
magnífico eucaliptal
Agora sinto um aroma sem
igual
O que será isto? É o esterco
de animal
Se isto não fizer bem, também
não fará mal.
Que coisa gostosa! Que sabor
natural!...
Já chegou a noite o silêncio
invadiu o lugar
A família reúne os amigos pra
um churrasco apreciar
Vendo a lua lá do alto sem
cobrar nada nos clarear
Aquela multidão silenciosa
começa a jantar
Na cidade inventam moda faz
festa a luz de vela
Mas o gostoso é na iluminação
da lua apanhar comida na panela.
Nem a roça está imune da
chamada violência
Mas o lavrador pede ao
malfeitor clemência...
Muitas vezes com o calor,
passam a noite aberta as janelas...
Às vezes antes de dormir se
aprecia o grito das cervas e gazelas
Agora volto pra
cidade...
Despeço do sítio com tristeza
trazendo no coração saudade
Cezarina Go,
31/07/2004
Valeriano Luiz da Silva
valerianols@globo.com
No Sítio
Tarcísio R. Costa
Nasci no
sítio...
Lá, via o romper da
alva...
ouvia o gorjear dos
passarinhos...
Recebia da brisa os seus
carinhos...
Lá, passava o rio da minha
infância,
Ele era a vida da
natureza,
Ele era o lazer de mim
criança...
Era me dava
prazer.
Sentava na
ribanceira...
Já pensava... Já tinha sonhos...
Sonhos de infância...
Depois, mergulhávamos, eu e os meus
sinceros amigos,
Fazíamos o barulho de aves
assustadas...
Pulávamos das
ribanceiras,
Descíamos na
corredeiras...
eram,
também, crianças
essa
brincadeira...
O tempo era
esquecido,
tínhamos a mesma
liberdade
dos
passarinhos...
Ainda não
conhecíamos
a tristeza...
A nossa companhia era a Dona
Felicidade...
Depois, o tempo
passa,
Já mais morrem as
saudades daquele tempo...
Minha mãe... Meu
pai...
Hoje pertinhos de Nosso Senhor...
Tenho certeza.
Aqui estou, longe do
rio...
quase não ouço os
passarinhos...
A brisa já não me faz tantos
carinhos...
Quando quero ver
rolarem
lágrimas na minha
face,
Reflito sobre a minha
vida
de criança...
Tarcísio Ribeiro
Costa
BSB, 28/06/2005
Fundo Musical: Back For Good - Gheorghe Zamfir