Dueto: O Homem


 
Recebi em 15/09/2005
 

O Homem - Valeriano Luiz da Silva

O homem é interessante
Entre os animais é o único falante
Foi o mais perfeito da criação
Pois foi o sopro de Deus que deu vida a Adão
Mas vive reclamando
E também lamentando

Vivem juntos uns dos outros, pois tem medo da solidão,
Outros animais sofrem calados, obedecendo à lei da criação,
Mas o danado do homem tem medo da morte
Outros animais são diferentes e mostram ser mais fortes
Alguns homens têm bom coração e amam a seu irmão
Independentes das intempéries praticam boa ação

Outros são maldosos e perversos de coração
Não temem ao Criador nem respeitam o cidadão
Acredita em qualquer coisa e só vive de ilusão
Esquece que a vida é curta e logo estará num caixão
Uns são pobres e não tem nem saúde
Outros são ricos miseráveis pensam que seu dinheiro irá dentro do ataúde.

Há homem que ninguém o vê
Até os seus parentes procuram dele se esconder
Quando passa perto finge não conhecer
É o caso do gari que no sol e chuva está a varrer
Mas outros gostam de aparecer
E belos discursos estão a fazer

Mormente os políticos famosos
Que na terra são sempre vitoriosos
Que persuade a cabeça do pobre
Quando num palanque o candidato sobe
Foi eleito e do pobre não lembra mais
Mas sua maldade Deus grava em seus memoriais.

Esquecem que são poucos seus dias na terra
Que cedo nasce e a tarde murcha como a erva
Ou como vapor que se desvanece
E logo desaparece
Como a vida aqui não é perene terão que enfrentar a morte
E eternidade irá sofre ou gozar? qual será seu destino ou sua sorte?

Valeriano Luiz da Silva
Anápolis - GO - 11/05/2004

A Condição Humana - José-Augusto de Carvalho

 
Poeta José-Augusto de Carvalho

Das rotas dos princípios disto tudo,
emerge o verbo --- essência de água e lodo.
Das tábuas que quiseram ser um todo,
não resta nem espada, nem escudo.

O verbo, sem sentido, anestesia
a dor que prolifera e que subjuga.
Já nem sequer a mão canhestra enxuga
a lágrima que dói e tomba, fria.

Casado o desespero com a ira,
irrompe da cratera a violência
na lava da vergonha e da mentira.

Suspenso do mistério da existência,
dedillho, em desespero, a minha lira,
vergado à perdição da minha essência.


José-Augusto de Carvalho
13 de Setembro de 2005
Viana do Alentejo * Évora - Portugal



 
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