Diferença
cultural
Desigualdade social
Dificuldade de distribuir
Com justiça o seu fruto
Sua lida pela vida,
Empobrecida...
Quando tudo
começou
Uma esquadra na praia atracou
Com a tribo nativa barganhou
E foi assim que o Brasil começou...
Hoje...
Pataxó, Ianomâmi, Cariri
Xavantes, Tupinambá, Tupi Guarani,
Perde a terra
Perde o sonho
De viver no paraíso
Sente a fome,
Sente a sede
E nem dorme mais na rede
Não tem mais
porto seguro,
Só tem o céu escuro
Sem paz e sem ar puro.
E a vida nativa,
Sem as flores da esperança
Sem as claras cachoeiras
Se perde na ribanceira
Desse mar selvagem
Da descrença brasileira.
Augusta Schimidt
Campinas - SP - 07/06/2005
- 10:00 hs
www.augustaschimidt.prosaeverso.net
Filósofos como
“Rosseau,
Montaigne e Diderot”
Sobre os índios brasileiros falaram
E teceram comentários...
Mas vou me ater
aos índios da minha terra...
Muitos desapareceram, outros não têm reservas,
O Bandeirante quando aqui chegou...
Com fogo os ameaçou
Querendo tornar
os índios escravos
Bartolomeu quis mostrar-se bravo
Os índios Goiá e Araés foram adestrados
Gritando “Anhanguera, Anhanguera” assustados...
Goiás terra dos
Kakriabás
Morada dos Akroás
Onde já foram livres os Karajás
Antes de o bandeirante aqui chegar
Caçavam e
pescavam os Carijós
Não eram vigiados e andavam sós
Desfrutavam da natureza os Javaés
A terra era também dos Naudezes
Mas chegou certo
instante
Mataram nossos xavantes
Hoje são poucos os restantes
Tudo começou por causa do ouro abundante
Onde estão
nossos Caiapós?
E o ouro que era encontrado como pó
As terras precisavam ser colonizadas
Mas não com roubo, morte ou pancadas,
A Capitania de
Goiaz
Mostrou-se incapaz...
De proteger nossas aldeias
E a maioria virou pó e areia
O que fizeram
dos bons selvagens...
O branco fez das matas lindas pastagens
Pois sempre levou vantagem
E até pra matar índio arrumava coragem
O terceiro
milênio chegou
Para os índios nada melhorou
Para que o futuro do índio não seja perverso
É preciso breve reverso
Enquanto o homem
só pensa no progresso
Há tribos que só renasceria por incesto
Mas entre os índios o incesto é pena de morte
Para um ou dois índios ter famílias só se for por sorte
Talvez tornemos
humanistas
Como Marechal Rondon grande sertanista
Que substituiu o ódio pela ternura
E a suspeita pela confiança destas criaturas
Ou sigamos os
Irmãos Villas Boas
Duas gentis pessoas
Que por longa jornada
Suas vidas aos índios foram dedicadas
“Goyaz” nome da
antiga província
Valeriano Luiz
da Silva
Anápolis - GO - 27/07/2005
Fundo Musical: Flauta Indígena
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