Envolve-me
Não temas
Perante o meu fogo vivo
A tua carne se deslumbra
E surge castamente
Com cores rosáceas
Nesse traje provocador
Envolve-me
Quero entrar em ti
Aspiro no ar
Uma fragrância débil
Que emana desse corpo
Vou alimentar-me em ti
Saborear iguarias nunca provadas
Envolve-me...
Antonio Santos - "Tó"
Porto - Portugal
Tira os
sapatos... Pisa devagar:
Um passo, outro passo... suavemente...
Vem vestindo malha de algodão, leve.
Nada de couros... traz cadarços somente
Usa roupão... assim...
Como se tivesses saído do banho,
Com cheiro de colônia após a barba.
Não diz nada... Pra quê? Atrapalha!
Nenhuma palavra, de nenhum tamanho.
Olha! Também
me visto com malha,
Cabelos molhados, saídos do banho.
Chega. Segura
minhas trêmulas mãos,
Abraça-me devagar... em câmera lenta,
Liga as turbinas, acelera, esquenta...
Incendeia-me com teu fogo,
Faz-me arder como a mais ardida pimenta.
Não para! Percorre meu corpo aos poucos.
Vai indo... Mais... Pode ir...
Tira-me o fôlego com teus loucos beijos
Atira-me ao leito e sobre mim enlouquecido cai.
Aspira meu fôlego até eu gemer de desejos,
Prova das iguarias nunca saboreadas,
Alimenta teu corpo com a minha fragrância
E explora minhas entranhas mais delicadas.
Não demora. Vem!
Sandra
Fayad
Brasília - DF -
24/06/2006
www.sandrafayad.prosaeverso.net
Comentário:
Esta poesia (um Dueto), inspirada no texto inserido
no Gazzag em 23.06.06, de autoria do poeta português Antonio Santos, o
Tó:
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