Quem sou? - Sá Freitas

Eu sou um homem humilde... Sou do campo:
Tenho marcas do sol na minha pele;
Aspereza nas mãos de tantos calos;
Vincos nas faces de tanto suor.
Sou rude no falar, digo o que sinto;
Sou brando no olhar, amo as pessoas;
Procuro ser humilde quanto posso...
Sinto-me forte todos os momentos,
Mas choro, às vezes, com a dor alheia.
Não paro nunca, nunca perco tempo,
No tempo que tem ida e não tem volta.
Eu sou um homem rude...Sou do campo:
Capino, roço, planto, enfrento a chuva;
Componho melodias, faço versos;
Canto, toco violão, toco teclado,
Mas gosto mesmo é de tocar a vida.
Quem sou?
Sou um nada no meio desse tudo,
Que Deus criou...
Mas sou um nada, que sente ser o tudo,
Quando me dizes: "TE AMO."

Sá de Freitas
Avaré - SP

Quem sou - Sandra Fayad

Sou filha de parto normal
sob árvores secas contorcidas.
Cortaram meu cordão umbilical
com duras folhas verdes afiadas
pelo sol do planalto central.

Cresci olhando de perto o céu
repleto de pássaros em revoada
formando aqui e ali um anel
com seu estridente piar em coral.
Colhi frutos dos pés nas estações
sem subir ao último degrau.
Deitei-me na relva macia do cerrado
E sonhei com um planeta fraternal.

Corri mundo a partir do meu chão
à procura de algo fenomenal.
Encontrei as pedras de Atenas
Caminhei ao longo do litoral
Vi cachoeiras e também os Andes
Descortinando lindo visual.

Voei sobre o Pacífico e o Atlântico
De barco passei de um ao outro lado
Ouvi Jazz, Country e Som Romântico
Assisti muito evento e festival
Mas voltei sempre ao meu rincão
onde finquei o referencial.

Aqui onde abri e vou fechar os olhos
Dei aos pés seus primeiros passos
Senti o coração de amor inundar...
Seus batimentos e descompassos...
"Garrei" no trabalho pra me sustentar
Vivi meus melhores momentos
E os piores também...
Criei vínculos indissolúveis,
parâmetros, objetivos, fundamentos.
E decidi que a cor da felicidade
Tem os tons multicores destes ventos.

Sandra Fayad
Brasília - DF



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