Recebi em 22/05/2009 |
NEM
SEMPRE...
Nem sempre poesia, muitas vezes heresia,
enredo que não pode ser desfeito,
tramas, teias, dramas, grito espremido no peito,
histórias que o tempo fez questão de preservar.
Nem sempre são rosas, muitas vezes espinhos,
outras vezes são cortes, fraturas, entorses,
sangue coagulado, cicatrizes que ainda doem,
feridas que o tempo não foi capaz de curar.
Nem sempre fragrâncias, muitas vezes odores,
coisas cheirando a mofo, amareladas, apodrecidas,
resto de comida esquecida no forno,
coisas que o tempo não deu conta de dissipar.
Nem sempre vitórias, muitas vezes derrotas,
descaminhos, estranhos, sem volta,
andar desequilibrado pela beira do abismo,
escolhas que o tempo deixou você tomar.
Nem sempre o poeta que existe em mim agüenta,
muitas vezes ele se ausenta, viaja nas funduras,
macera dores, nostalgias, amarguras
e depois de algum tempo voltar a sonhar.
A FORTALEZA!
Roze Alves
Quando sonha o poeta,
ele não quer lembrar,
que é humano, audaz,
que o não sonhar é dolorido por demais...
Ele limpa, faxina, perfuma
e a alma acaba revigorada,
acaba o bolor, rachaduras, hematomas,
o viço ilumina o Universo de aromas...
Pobre Poeta? Não pode ser!
Teve e tem toda uma vida,
um lago, um rio, um jardim,
um passado pesado, mas seu...
Sonhando ele mostra que vence,
que salta todos os precipícios, e aguarda,
que retorne a dor maldita, fétida, purulenta,
para revivê-la e provar a si mesmo que agüenta...
RJ: 08/04/2009
Fundo Musical:
Coração Solitário