Recebi da Poetisa Rivkah em 26/08/2006




e se agora...
                      josemir tadeu 
 
 
E se o se,
fosse um divisor de águas?
E se pelas corredeiras,
ao invés da cristalinidade,
abeirassem as margens,
conturbadas miragens,
de um tempo que retrocedeu?
E se meu Eu,
não fosse eu?
Onde estariam ocultas,
foma/litica,
as leis temáticas,
as nuances advindas no vento,
que o tempo escondeu?
 
Afinal,
no menos mal,
existe uma linha limítrofe,
entre o que existe,
e o que nada consiste,
enquanto nosso metabolismo,
insiste em fazer coerentes,
os batimentos do nosso coração?
 
Afinal,
o que de mal se aplicaria,
a uma vertente de poesia,
que se colocasse oculta no breu?
O esgarçar de uma reação fria,
ou um inquietante açambarcar do meu eu,
que não se enxergaria,
pois que o dia se esconderia,
num mirante, onde o instante,
se dividiria, modo constante,
em uma fase,
ou talvez numa crase...
Ou quem sabe no derrogar de uma esquálida base,
que o solo carcomeu?
E se por aqui eu parasse?
Quem a essa poesia,
continuidade daria?
 
josemir (ao longo...)
...*...
 
Veja você,
se é para inferir,
buscar,
prescindir,
me enlaço,
dou o braço
e tento também avaliar,
entender.
 
Partindo do pré-suposto
onde cada um,
ao escrever,
mostra o rosto,
é só prestar atenção,
pois não existe um escrito
seguindo a filosofia comum
que nos esconda,
que nuble, faça onda,
atrapalhando a visão.
 
Podemos sim
de diversas formas
questionar,
fazer pensar,
tentar intuir,
mas não existe melhor escola
do que a vida
para nos mostrar
que todo lugar e um ponto de partida
onde podemos conduzir
ou deixarmos seguir
para ver no que vai dar..
 
Como todo e qualquer movimento
segue a lei do firmamento,
ou mesmo do céu,
vai depender
se o homem é puro,
inocente
ou cruel.
Esse é meu pensamento
em relação a isso tudo
e se alguém mais puder
discorrer por outros rumos,
que o faça, se quiser..
rivkahcohen
......
 
Mas se o dogmático,
arrefecesse o prático,
e fenecesse o sonho?
Por certo a fiosofia,
seria no seguir dos dias,
um pegaminho...
Um só e calado caminho,
onde sozinho,
apenas o mostrar de nosso rosto,
não far-se-ia chegar ao mirante,
e o instante,
perder-se-se-ia na multidão...
Pois que via de regra,
o escrever automatizado,
aquele que não se entrega,
não nos mostra o ser,
apenas esconde,
a fragilidade de nossa intenção...
 
E a Visão?
Seria o compilar do visonho,
naquilo que suponho,
jamais passasse de um projeto,
meio que inconcepto,
onde uma ânsia calada,
far-se-ia murmurada,
pois que chafurdada,
estaria presa à uma pseudo,
clareza/escuridão?
 
E se o ponto de partida,
fosse apenas um arremedo de ida,
onde passos ermos,
fossem do ontem,
os mesmos?
 
Onde estaria o que se faz movente,
se a lei do firmamento,
fizesse-se apenas um ainda nascituro rebento,
que inebriado pelo horizonte/firmamento,
não se intuísse, não se argüisse,
deixando no ar,
apenas o que antes pre-suposto,
tornar-se posto,
embevecido com astros, estrelas,
e o seu poder de cintilar?
 
E o seu conceito,
já mil vezes refeito,
do que se define homem de bem,
onde habitam o puro,
o inocente,
ganhasse forma voante,
e se fizesse pó viajor também?
 
E se o conseguir,
fosse uma estrada com fim?
O que seria de mim?
O que seria de nós,
que absintos,
perdidos entre os labirintos,
 de nossos próprios laços/nós,
criássemos um entrelace tamanho,
de sentido sem sentido,
travestido de estranho,
perdido entre o que se
pré-concebe o tamanho,
pois que não se afere, 
 e nem  se mede,
 o que  inserido em nossas almas,
não se consegue mensurar,
ver, tocar..
.
Seríamos escravos do dogma?
Seríamos somente filosofia qualquer,
sustentada por carne e fé?
 
E se nos perdessemos no questionamento,
se às nossas indagações,
fossem negadas respostas?
Onde estaria a força do movimento,
o tal firmamento,
enfim tudo que de vontade exposta,
levásse-nos a nenhum momento,
onde o encontro do que se quer,
nada mais é,
do que vontade qualquer,
oriunda de uma tênue forma
se ela realmente houver?
 
E eis que continua minha pseudo/poesia...
Se ela traz no bojo algesia,
um poeta de confraria,
talvez consiga,
mesmo entre as linha inimigas,
trazer um resquício,
um armistício,
e tentar continuar,
prosseguir, seguir.
No que acho difícil,
pois que a temátifca se esbarra,
e frágil se agarra,
ao Todo,
que nos faz submissos..
 
Por isso continua,
de forma nua,
o que se faz escrito...
Se ele não for infinito,
que alguém o transforme em finito,
e diga-me onde o sentido está...
E só ter coragem de seguir...
Prosseguir...
 
O tema aberto,
eloquente, inciso, parecendo improfícuo,
por certo nunca irá se acabar...
Eis que se aceitas a lei movente da vida,
lembra-te que nada foi feito para recuar...
No máximo estagnar...
 
Por isso,
minha indagação flui,
e a corredeira de meu rio segue,
leve,
talvez não entregue,
e eu cá ao longo da margem,
posto-me entre as visagens,
esperando que alguém,
faça-me lançar...
Não com versos cobertos até de um sentido que busca nexo,
advindos de doirados sentimentos  pra se concretizar...
Mas que sejam sentimentos inteiros,
projetos verdadeiros,
que façam a vida ganhar sentido,
e jamais parar...
Quem quiser,
e se impuser,
pode até continuar...
 
Mas o que se aprofunda,
pede e clama pela  essência.
não somente por versos de aparência,
galgados em filosofias,
que mergulhadas no dia,
não possam fazer-se voar...
 
josemir (ao longo...)
...*...
 
Se queres que te diga o que acho
não é mais Poema
e sim uma Lei,
com alíneas,
e todos os parágrafos
sobre como se versar sobre um fato!
 
Mas continuo afirmando
que nunca se esconde tanto
que impeça de ver os traços,
sonhos,
o pulo em falso,
o DNA!
 
Sei que na vírgula se repousa,
pega-se ânimo,
força
e tal qual num teatro
podemos ir representando,
mas de ato em ato
tem um intervalo
que olhos bem aguçados
ficam a observar..
 
Lembre-se que aqui
não tem como a gente se distrair
olhando o modo de falar,
de sorrir.
O vento não faz voar
seus cabelos,
sou eu lendo você
e a procurar saber
o porquê
do seu grito.
Vou por tantos caminhos
que pode crer,
encontrarei você
através do seu escrito!
rivkahcohen