Recebi da Poetisa Rivkah em 06/06/2006
Louco?!
Por que?
Porque ouço
o gargalhar do violino
e sei de quem é que ele está rindo?
Só porque sou o único
a ouvir música nos pingos
que da torneira insistem em cair?
Não!
Em tudo existe melodia!
Assim como é feia a de uma briga,
é bela a sinfonia do perdão!
Não tenho culpa de ver
o que a maioria nem tem noção,
mas daí a me chamar de louco,
ah.. não!
Ou por outra,
prefiro ser louco
do que só acreditar no que se pega
com a mão!
Dos olhos
vejo tanto a cor do ódio
como a cor da compaixão.
Tudo tem música e cor.
E como é rosa
o olhar da mulher
que me tem amor!
A prepotência e a inveja
têm a cor da demência,
por alguma razão!!
A ganância,
o ganhar com sofreguidão
tão aceito
nessa sociedade em questão
é um verde que dá medo
e a vejo em velho e moço
e depois
sou eu o louco!
Tem que ser assim?
Queria que o ser humano
acreditasse
um pouco mais em mim,
mas ele está cada vez mais longe!
O que me faz concluir
que nós, os chamados loucos,
que conversamos com pássaros,
com a luz que entra
apesar da vidraça,
somos mais felizes.
Talvez por nossos diálogos,
sem muito protocolo,
sem obedecer uma diretriz,
mas olhos nos olhos.
Com o passar dos anos
o ser humano tem ficado surdo,
cada vez mais cético,
por conseguinte,
cego,
mas infelizmente
nada, nada, mudo!
E como está sozinho
para com seu dedinho,
de um momento para o outro,
me apontar
como se fosse eu, o louco!
rivkahcohen
...*...
Louca ou Livre?!
Louca ou maluca,
as vezes também fui chamada assim,
pois sigo por caminhos abertos,
dizendo as coisas que sinto assim,
sem frescuras, sem medo de ser
feliz !
Mas isso tem um preço, e estou
pagando por ele, com o silêncio
e o esquecimento que se dão aos
dementes.
Salvo pássaros, amo as pessoas,
aceito meu amor aberta,
sem alerta, senões, ou ora veja.
Sou toda alma, e encontro só
pessoas cansadas, atrasadas,
que omitem um pequeno gesto
de carinho ou perdão, não me olham
e nem tempo ou vontade de explicar têm.
Desde pequena eu já era alertada
que eu não podia ser assim.
Pequei então por não ser como os demais,
sentir e não falar, querer e não tentar
alcançar, ser algo assim inerte, pasma,
só para se fazer de normal.
Então agora que não tem mais jeito,
sigo assim da mesma maneira, e as
vezes em meu caminho, encontro
outros loucos, que me amam,
simplesmente assim como sou,
(de)mente e de alma livre !
Lu Colossi
(06/05/2006)
Fundo Musical:
Violion
Concerto, nº1 In D, Op.6 II-Adagio espressivo - Sarah Chang