Recebi da Poetisa Rivkah em 04/06/2006 Judia RivkahCohen Dizem...
que somos cativantes
e por isso mesmo,
perigosas.
Até oficial alemão
que deveria odiar
e numa trama ardilosa
viera a se apaixonar.
Que temos um fetiche
que não se explica,
algo que enfeitiça
lançado no olhar.
Que somos bruxas
ou mesmo ;medusas
que não nos mirassem
ao passar
Estaria terrivelmente perdido,
louco varrido
e teria um caminho
difícil a traçar. Ora... por favor!
Já ouviu falar de Amor? Isso é o que se dá
e o que se dava! Só que a muitos interessava
manter nosso povo excluído
então, tinha que aterrorizar!
A verdade tem que ser dita
Afinal, os anos passaram
Muitas de nós marcaram
mas pela força dos atos
Sempre
de uma forma bendita!
Outra coisa mais
que ficava atravessado...
Tanto d'antes
ou mesmo
hoje em dia
nunca foi negado,
pelo contrário,
sempre afirmado
para todos
os ouvidos aguçados:
SOU JUDIA! negro
josemir tadeu As marcas que as correntes conceberam,
na pele sensível, luzente e negra,
dos que perceberam,
que o que se faz luz de fato,
não se aplica ao colorido da tez,
marcou numa raça,
sintomas de desgraça,
que hoje ainda perspassam,
e se alojam em um sentimento magoado...
Que infelizmente ficou feito espinho encravado,
na história que a seguir se fêz...
Chamam-me tôsco...
Cor de nada.
Lusco-fusco, tez embaralhada...
Enfim,
em verdade vos digo que até hoje,
o açoite se abate sobre mim,
empunhado pelas leis,
idiotas e mesquinhas,
dos pulhas que se outorgam doutos,
no resolver abjeto de podarem seres soltos,
apriosionando-os,
e liberando seres alvos e esquálidos,
que financiam o tráfico,
e matam com frieza e sordidez.
São os chefes da banca,
os que dão aos que destrói os corpos,
a verdadeira solidez...
Dinheiro cão!
Apossaram-se de nossas fantasias,
e fizeram-nos ervas daninhas... A beleza da negritude,
não meneia e nem se permeia,
por definição,
na cor dos olhos,
pois que na realidade,
os vultos passados,
- horizontes inda em ebulição -
trazem para os meus olhos,
uma aguçada e marcante vermelhidão.
Mas hoje minhas pernas não bestificam o meu andar...
Hoje, o que se faz biltre,
vive em meio aos abutres,
e não consegue, assim como m'alma,
levemente volitar, tendo como parceira,
a brisa calma,
que uma cor abençoada me concebe,
e agora, compreendida a questão,
pelo Pai Imenso,
graciosamente me é concedida,
orgulhosa, frondosa, protegida...
Negro sou.
Negro tu.
Algo que arrasa os racistas,
pois que não alardeio a desgraça.
Pois que não sou masoquista,
e tampouco projeto facista,
do choramingar o que não faz por conquista,
e ao invés de questionar esses "porcos" pseudos-senhores,
vive pedinte a viver de favores.
Ser Negro,
na acepção da palavra,
reside justamente no ato,
no qual brandamente,
desprezamos as bravatas,
e adentramo-nos por mundos somente nossos.
Refúgios,
não refugos.
Negro,
que hoje advinculado,
ao que se faz sagrado,
constrói-se por si... Luta ainda inglória,
a de constatar essa hedionda estatística,
que nos coloca como reis de forças misticas,
mas que não reproduzem em gráficos,
o número pelo menos aproximado,
dos que tombaram de forma sangrenta e covarde,
pelas inglaterras nobres e podres...
Pelas espanhas sutis e carrascas...
Pelos portugais que hoje nos sorriem,
mas que antes nos decapitavam.
Pobres reis apátridas,
que desconheciam que nossas cabeças,
-sementes que são -
reproduz-se-iam, e multiplicadas,
criariam novas legiões,
que se covarde e sutilmente fossem tombadas,
regeneriam-se em células, refazendo-se de novo,
Força de povo,
nobreza igualada,
pois que sobreviveu,
sem comprar ninguém...
Sem se entregar ao estados "porcos" unidos.
Sem aceitar o rótulo de bandidos.
Os nossos pedaços são gens,
nacos que dão vida,
frutificam e honram a cor...
Negro,
talvez hoje admirado,
amado,
sei lá...
Mas negro, sim senhor..
Muito mais próximo ao conceito do ser humano,
do que ao do preconceito animal...
Muito mais verdadeiro e exposto,
sem se esconder sob máscaras de gestos profanos,
mas colocado e posto.
Disposto.
Mesmo que a contragosto,
- dessa minoria que há muito deixou de ser dominante -
que tentou covardemente impingir à negritude,
uma vida sórdida, insolente, pedante,
de para sempre e sempre,
esmolar...
Negro sim por que não?
Algum problema "irmão"? josemir (ao longo...)
Nota do autor:
Em verdade não existe expresso em
números, a imensa quantidade de corpos
negros, que por esse sórdido planeta
se espalhou...
Afinal as estatísticas são afeitas e
feitas pelas raças dominantes...
Mas de qualquer forma,
seja no terra-terra, no paraíso,
na erraticidade, enfim em todos
os planos,
essa história se eternizou...
Indiferente de números,
mas simplesmente pelo dano catastrófico,
que ela por aqui deixou... Nota da autora:
Na minha opinião,
está aqui um choro sentido
de quem se vê sozinho nessa imensidão!
Há anos que com a net lido
e não vejo um só negro a rasgar o verbo,
a apontar o que não foi e o que
ainda não está certo,
a falar sobre o que lhe tem pungido
e o quanto é injusta essa situação!
Sinto-me rica ao saber
que aqui,
nesse imenso universo,
só existe um negro, Josemir,
VOCÊ!
e justo esse,
vim a conhecer!!!
Nenhum descendente mais
de Castro Alvez,
de Raimundo Correa,
Cruz e Sousa,
Oliveira Silveira,
Gonçalves Dias,
Sousa Caldas
e por aí vai.. rivkahcohen Fundo Musical: A Lenda do Beijo - Violinos Mágicos |