Recebi da Poetisa Rivkah em 12/05/2006
 
 
 
  Filho,
  levanta desse chão!
  Está tão forte esse frio
  que pode te adoecer,
  fazer algum mal..
  Domingo será dia das mães
  e como vai ser
  se não melhorar?
  O que te cansou?
  Onde não conseguiste chegar?
 
  Ei, você
         que está apressado!
  Por ter olhado
             para o outro lado,
  não viu que aqui tem um ser
  completamente sonado.
 
  Desconfio que seja mágico,
  pois tem a faculdade
  de transmutar.
 
  Acredita que passam,
  vejo a hora que vão lhe pisar
  e não vêem ele aqui deitado?!
 
  É..
  Estou aqui
  há muito mais que três horas,
  a pé ou de carro, só fazem seguir,
  irem embora ..
 
  Filho,
  que sono é esse tão grande
  que te preenche o vazio,
  que faz com que não sintas o frio
  vindo das multidões?
  Vem!
  Ouve o meu pedido estranho..
  Levanta desse chão!
  rivkahcohen 
 
 
 

  Mãe,

  Deixa-me beijar a solidão que me restou...

  Nada será capaz de amenizar o suor que escorre da alma...

  Fui tocado pela cura do tempo...

  Já não temo o ar envenenado...

  Por que a preocupação com o amanhã?

  A vida a bebo sem sede...

  E se o mormaço me sufocar saberei contornar o avesso da dor...

  

  Quantas perguntas !

  A saudade de não ter conseguido te abraçar

  me deixou alucinado!

 

  Já não tenho mais  sonhos...

  As travessias interrompidas romperam possibilidades...

  A margem vislumbrada em fotografias emudeceu ...

  Carrego no corpo marcas de violência...

  Cicatrizes abertas escorrem...

  Faces baixas ignoram a ternura de que preciso...

  O papelão costurado protege a  madrugada  e o medo

  de não regressar a este pedaço de terra molhado pelas lágrimas

  que não consigo estacionar  em teus sentimentos de aparentes contradições...

 

  Mãe,

  Há verdades  não reveladas...

  Há razões  desencontradas  nesse teu jeito de  ser...

 

  Deixa-me aqui caído contemplando o silêncio

  e a emoção de poder sobrevoar  com asas feridas...

 

  10.05.2006 - 17:50 (resomar)

 

  ...*...

 

  Lamento
  não consegui
  acordá-lo
  congelados sentidos
  sentimentos seus
  adormecidos
  isolamento
  involuntário passante
  da vida em transe
  transeunte do céu
  etéreo
  alado se foi
  jaz só o corpo
  a veste surrada
  essência recolhida
  pelos anjos da morte...
  Beijos congelados de dor,
  Ligi@Tomarchio®
 
 


  Fundo Musical Online: Sonata ao Luar
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