Recebi da Poetisa Rivkah em 24/06/2006
Onde congelar a alma...
josemir tadeu
Transcendem pelos focos luscos-fuscos,
em pontos de semi-luz das almanaras,
a visagem que estóica,
coloca-se feito intenção heróica...
Onde os entraves, pintam-se, embreados.
Onde os corações arfam, cansados.
Onde as emoções, fartas de sonhos já sonhados,
tentam redimir-se, partir para a luta...
Labuta que preserva e conserva sonante,
a coerência entre o querer e o poder chegar...
Somos! Já disse somos!
Embora espiritualmente, por aqui já perambulamos,
hoje, no cerne do casulo carnal que nos abriga,
eis que as sementes das intrigas,
continuam testando-nos...
Frente a frente colocando-nos,
como se tivéssemos nada ressarcido do antes.
Sem que houvéssemos sorvido,
o sentido embutido no que se fará vir adiante...
Vozes de algozes,
bailam sobre minhas raízes negras...
Quem serei e o que valerei,
se não mudar o que já vivi,
o que sobejamente já sei?
Sinto que das entranhas do meu corpo,
surgem à flor da pele,
marcas de covardias,
que me fizeram um dia jazer morto...
Sinto que as lembranças ardem-me...
Queimam abraseadas,
como se obcecadas,
pelo seguir dos futuros instantes,
onde nada deverá ser como antes,
pois que impolutos,
corpos resolutos,
queremos impor-nos no hoje/agora,
de um jeito definido, adulto,
para abjugarmos nossas almas,
que presas ainda por aqui,
paradas ficam, feito medrosos colibris,
que abandonaram o pólen,
pois que lhes secaram a essência e a flor.
Sinto que inda moram entre as estepes,
nacos de nossas desiguai fugas,
redesenhadas pela triste cor,
do que se anuncia serelepe,
refúgio dos entes fugidios,
que arredios,
acuam-se, contorcidos,
aceitando o karma de serem escravos,
torturados, macerados, alienados,
marcados como eternos banidos....
Vai-se embora distante,
toda a frieza de minha calma,
sinto que minhas lembranças soltas em fluídos,
por mim ainda clamam...
No exato ponto, onde se congela a alma...
josemir (ao longo...)
É congelar a alma
Como se do planeta fôssemos expulsos,
perseguíamos poucas marcas deixadas,
um quase nada em estacas,
uma travessia heróica
pelos vestígios encontrados no solo.
Nos céus poucas aves,
na terra, nós os exilados..
Doídos,
por termos sidos condenados,
sonhos ceifados
e um caminho inteiro por andar.
Queria, como queria
ver o dedo de quem condena!
Saber se realmente vale à pena
esse viver na luz da hipocrisia.
Canso-me,
não do trajeto, mas das feições
dos que se acham corretos
e apontam um lugar para penar.
Com deduções que por certo,
não se chega lá.
Engana-te homem!
Onde ninguém vive,
meu povo se reproduzirá.
Tudo que de real existe,
à tona há de vir, se revelará.
E antes que possas morrer
hás de te convencer
que a ninguém se deve execrar!
É congelar a alma
É de D'us se arvorar!
rivkahcohen
Fundo Musical: Divano - Era