Forravam-se os campos de exuberância, delicadas camomilas, ervas de perfume brejeiro, que esmagando entre os dedos deixam exótico cheiro. Santifiquei-me de toda iniquidade, anjo puro nessa idade, beijou-me flor, tocou meus lábios em diferenciado amor. Manhã embevecida de relva que a luz vai dissipar, o mundo adormeceu e de mim esqueceu. Posso ouvir ecos de minha própria voz, registrados no silêncio, pulsação acentuada no peito. Corri em qualquer direção, meus pés não sinto mais tocarem o chão. Sou agora só uma metade, parte pequena da alma que não sei mostrar. E no olhar escrevi recados de um coração, esqueci de chorar enquanto vertia dor na busca da perfeição. Sou meio nada na revelia de todo julgamento deixe que o tempo desfolhe minha imagem, arranque minha resistência de distorcida miragem. Fui feito de verdades, compasso de outono onde as pequeninas flores precisaram calar. Eu gosto de estar aqui cultuar a divindade explicita, gosto de sentir vida! Sempre-vivas extravagantes, belas e esquecidas, passaram dias choraram despercebidas. Esquecemos de ver o horizonte, e o sol empalideceu sonolento, apontei o dedo para a estrela mais brilhante. Tão insignificante, parti de seu lado, intrigante deixei mistérios que nunca descobriu. Transparências em metade da alma que lhe trouxe calma de um amor que lhe sorriu. Badú yesbadu@yahoo.com.br www.florrose.com.br www.poesiasemensagens.com.br
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