Recebi em 17/04/2009
 
Trieto: Delírios da mente...
 

Delírios da mente... - Nídia Vargas Potsch

Em meu peito
explodem mil emoções
Sentimentos que vem aos borbotões
do jeito que vem, vão...
de antemão, sinto-os vazios, ocos, plenos
ou completos de infinda solidão...

Como canções sem melodia,
ou versos sem rima feita, desfeita,
em alma distante de mim...

E por falar em alma,
aqui borbulha pensamentos desconexos,
feitos, desfeitos, certezas, dúvidas, inseguranças,
Com você também é assim...?

A Mente em completo desalinho,
morada das palavras não ditas,
esquecidas no tempo,
num curto espaço ameaçador...

Lembranças e recordações aos pedaços,
ilusões passageiras,
como se vidas passadas fossem,
rondam-me a cada instante...

Inquietudes divergentes,
mostrando ansiedades escondidas,
transparentes ao meu olhar,
camufladas pra ninguém conhecer...

E no riso que surge na face cansada,
torna-se frouxo, sem graça,
espelhando nos olhos tristes,
todo esse temor de viver como em delírio...

Nídia Vargas Potsch
@Mensageir@
Rio de Janeiro - RJ - 18/12/2007


Tua alma de Poeta - Luiz Poeta (Luiz Gilberto Barros)

Eu sinto, minha amiga, esse frio
Que sentes bem no fundo co teu peito...
Quando teu coração insatisfeito
Descobre no teu peito um só vazio.

Sabe, eu também sinto esse abandono
Que chega de repente em tua vida
E abre novamente essa ferida
Que faz teu coração dormir... sem sono.

Sabe, minha amiga, há momentos,
Que somos tão iguais, tão semelhantes,
Que é só tu habitares meus instantes
Que eu me sinto nos teus sentimentos.

A mente não controla a ansiedade
Que coração insiste em preservar
A lágrima é o grito desse olhar
Que busca em outro olhar a liberdade.

Cada recordação que nos visita,
Encontra-nos buscando o coração
Num canto infeliz da solidão,
Enquanto nossa dor não nos evita.

E embora disfarcemos nossas dores
Mais tristes, retocando a maquiagem,
Notamos nossa verdadeira imagem.
No espelho, sob a luz dos refletores.

Sabe, minha amiga, essa dor fútil
Que parece que some e sempre volta,
É como um passarinho que se solta,
Quando o voar sozinho é triste... e inútil.

Mas teu lado poeta fantasia
A dor da solidão que te inquieta,
Por isso tua alma de poeta
Transforma tua dor em poesia.

Luiz Gilberto de Barros
Às 22h e 47min do dia 7 de janeiro de 2008 do RJ.
especialmente para a sensibilidade de Nídia Vargas Potsch

Ainda tens a esperança - Eugénio de Sá

Amargamente vais, amargurada
De memória em memória fustigando
Ess’ alma triste e só, que abandonada
Às tuas dores pergunta; até quando?

Mas lembra-te, poeta, que essa dor
Terá um dia fim, e então verás
C’o a alma assim liberta do estertor
Novas venturas tu encontrarás

Porque viver é dor, mas é na esperança
Onde habitam os ventos da bonança
Que podes refazer o coração

E ali naquele recanto da saudade
Verás que um novo amor não tem idade
Nem âncoras que o prendam ao pontão

Eugénio de Sá



Fundo Musical: Intermezzo - Ernesto Cortázar
 
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