OLHAR QUE ME
ALUCINA
Naida
Terra
Olha-me assim sempre,
sem fim e com
infinitas
possibilidades...
É na tela dos teus
olhos
que eu vejo o cair
da noite
e que a lua está
subindo
sem ter que olhar
para o tempo...
São neles que
eu vejo o balanço
do mar, o sol
nascer e a vida
lá fora
acontecer...
Olhar que me
alucina, despe-me
e adiante leva-me
até mais longe,
onde faz moradia o
prazer...
Olhar de quem me
ama, com tal
êxtase e
encanto,
que me alucina
completamente...
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Teu olhar que me
alucina
Preso no teu olhar que me
alucina
Eu fico mudo, sossegado e quedo
Com a alma cheia de
pavor e medo,
Perante uma prisão tão repentina.
Olhar
demolidor que me fulmina,
Me lança na masmorra do
degredo,
Esconde-se na nuvem do segredo
Duma lenda que traz,
desde menina.
Quando, um dia, a bruxa má a encontrou,
Logo
uma grande praga lhe rogou:
- Em ti, é só querer o que
domina,
Porque teus olhos irão conquistar
Qualquer homem
que, para ti, olhar,
E eu sei que é esse olhar que me
alucina.
António Barroso (Tiago)
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