É noite, ouça como geme o vento É intensa a escuridão lá por fora! Ainda não, espera o despertar da aurora. Não vê, estou sozinha e triste, São as lágrimas minha companhia... Ainda não, é meu coração que insiste. Fica, quero amanhã poder sentir saudade... Espera! até que o Sol ilumine o teu caminho. Ainda não, fica e toma-me a mocidade. O tempo passa e o vento sacode os arvoredos, Treme meu corpo e meu coração tem pressa! Ainda não, fica e toca-me com teus dedos... Chega-te a mim! não me deixe nesta amargura Assumo os teus e os meus pecados! Ainda não, ceda... chega de tanta tortura... Só por esta noite, ninguém há de saber! Os anos matam e dizimam tanto e tanto... Ainda não, amanhã... então, começo a envelhecer... Naidaterra Não há de ser apenas por uma noite Nosso encontro de amor acalentado Há de durar um bocado, a eternidade Nesta fração de pecado... Quero-te formosa, perfumada, feliz Carinhosa como eu sempre quis. A esperar-me sorrindo, cheia de amor Repleta de doce e suave aconchego... Este colo que desejo, as carícias Sonhadas, de há muito desejadas. Não fiques triste, seca tuas lágrimas! Dá-me um aceno de felicidade Um beijo ardente desses rubros lábios... Saberei que me queres incondicionalmente. Como a vegetação seca pede água, Beberemos da fonte de nossos prazeres Para sermos finalmente unos, nada mais... Somente assim o tempo escoará mais lentamente e espantaremos a velhice que já vem vindo no arcabouço de nossos sonhos... Mas... Não, Ainda não... Ainda está em Tempo! Nídia Vargas Potsch
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