Ainda não... - Naidaterra

É noite, ouça como geme o vento
É intensa a escuridão lá por fora!
Ainda não, espera o despertar da aurora.

Não vê, estou sozinha e triste,
São as lágrimas minha companhia...
Ainda não, é meu coração que insiste.

Fica, quero amanhã poder sentir saudade...
Espera! até que o Sol ilumine o teu caminho.
Ainda não, fica e toma-me a mocidade.

O tempo passa e o vento sacode os arvoredos,
Treme meu corpo e meu coração tem pressa!
Ainda não, fica e toca-me com teus dedos...

Chega-te a mim! não me deixe nesta amargura
Assumo os teus e os meus pecados!
Ainda não, ceda... chega de tanta tortura...

Só por esta noite, ninguém há de saber!
Os anos matam e dizimam tanto e tanto...
Ainda não, amanhã... então, começo a envelhecer...

Naidaterra

Não, Ainda Não... - Nídia Vargas Potsch

Não há de ser apenas por uma noite
Nosso encontro de amor acalentado
Há de durar um bocado, a eternidade
Nesta fração de pecado...

Quero-te formosa, perfumada, feliz
Carinhosa como eu sempre quis.
A esperar-me sorrindo, cheia de amor
Repleta de doce e suave aconchego...

Este colo que desejo, as carícias
Sonhadas, de há muito desejadas.
Não fiques triste, seca tuas lágrimas!
Dá-me um aceno de felicidade
Um beijo ardente desses rubros lábios...

Saberei que me queres incondicionalmente.
Como a vegetação seca pede água,
Beberemos da fonte de nossos prazeres
Para sermos finalmente unos, nada mais...

Somente assim o tempo escoará mais lentamente
e espantaremos a velhice que já vem vindo
no arcabouço de nossos sonhos...
Mas... Não, Ainda não...
Ainda está em Tempo!

Nídia Vargas Potsch



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