O que grito de mim não me escuta, É um eco perdido no ar; Na triste solidão de uma gruta Que repete o que eu quero gritar. Ecos vazios dos gritos que dei Teu nome, tantas vezes clamei Só o silêncio respondia Dentro da gruta fria... A palavra nem sempre é astuta, Ela invade o vazio sem vê-lo; Vai a pedra, fica a catapulta, Vai a linha, acaba o novelo. O som, invadiu espaços Mas onde estás, que não respondes? O bilhete sei que foi Junto à pedra que catapultei... O segredo da voz é o silêncio, Trampolim entre a dor e o grito, Entre a lágrima, os olhos e o lenço, Entre a chuva, o vento e o granito. Quantas vezes silenciei Entre choro e gemidos Lágrimas que derramei Com o vento...evaporaram... Meu sorriso é o voo do que calo Na planície do olhar que me fita, Ao sorrir, meu silêncio eu embalo, Meu sorriso é o amor que não grita. Gargalhando disfarço a dor Buscando teu olhar de amor Que sorrindo no silêncio Fita-me...com todo ardor... Luiz Poeta
Nadir A D'Onofrio
|