Poesia Vencedora do Concurso da ABL do Rio de Janeiro Ano 2006 Parabéns Amigo e Poeta por mais essa conquista! Nadir Pausa à tarde ecoa flauta doce Pelos canteiros da avenida Brilha um alecrim de angola distraído O charuto cubano mantém-me sóbrio Apesar do cheiro de anis (não aspiro à pressa dos prédios e dos homens) Os elevadores presos no subsolo Deixam-me com sensação de liberdade e improviso (lembram-me blues, solos de blues) Ainda tenho uma ampulheta, Uma estatueta de louça Fotos onde amarelam sorrisos brancos de tantos amigos (todos ali estáticos como se não houvessem partido) Um sax americano dos anos sessenta E alguns selos antigos (o camelô da esquina vendia-me até sonhos...) mas o charuto cubano é legítimo essa lágrima que verte sozinha, é legitima o verso que hoje não escrevi fez-se por si e é legítimo e essa pausa na tarde que ecoa flauta doce, faz o sol pôr-se em mim, sol em mim solos de blues, solos de blues, solos de mim...
Tonho França
Nadir A. D'Onofrio
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