Lenamais Marcos Nem juras e promessas, quero escutar proponho-te dar o meu colo e ter teus abraços para aportar Minha nau ciente de seu cais firme das vagas rotas, Das fortes vagas que carrega meu barco até você algo além do que apenas uma noite do que apenas um momento escasso quero sentir você pelo avesso Deixa a noite dormir, Dormiremos o sono dela, acordaremos em aquarela Posto já ser dia e ainda dormimos aquele sono tocar teu peito e sentir o pulsar não quero explorar teu corpo quero a cada instante, cultivar Híbrido sem fronteiras Sempre na carona dos ventos caindo inescrupuloso em quintais alheios Germinar sentimentos, colher seu frutos Viver no seu quintal quero estar sentindo o chão sem nenhuma ilusão sem ser só explosão Da terra, quimera Arte do artista ilusionista Não saber os truques da vida Meditar num estrondo da amada Só escutar o que interessa ser o agasalho que aquece não aquele, que no verão se esquece As estações insinuantes proclama nostalgia nunca pronunciar-se vazia Apenas um breve Sol se refazendo da pequena nuvem atrevida e distraída saciar tua fome como o pão que comemos a cada refeição Da mesa que alimenta da mão que oferece Do corpo que sempre agradece e nunca diz-se satisfeito e saciada de sua fome Sempre consome, sua sobrevivência tenho medo de construção de planos sem sustentação ainda tenho marcas de arranhão Do barraco à mansão Sólidos, quiçá? Fortes nos alicerces operários ativos e firmes Dos acidentes de quem trabalha ou consente cuida bem de mim que de ti cuido bem E virar um bicho solto ou um bicho preso a despeito da regra enganadora Porque não minha domadora? Lenamais Niterói - RJ https://www.lenamais.com.br Marcos Milhazes
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