Atola o
desprovido coração
na areia movediça da ilusão,
esquece de tornar a fantasia
um sonho vivido em sintonia.
Afoga o amor
em frio degelo,
não sabe mais como aquecê-lo,
enterra a paixão que o envolveu,
faz de conta que ela já adormeceu.
Abafa assim o
som da sua dor,
falta oxigênio, ao canto, dar vigor,
não chora mais, pois fecha o olhar.
Afunda no lodo
da decepção,
e a última réstia de sua reação
é conformar-se, pois não soube amar!
Gui Oliva
Santos - SP -
10/08/2007
Mesmo triste e
omisso este orgãozinho
quando parece extinguir-se o seu alento
arranja lá no fundo, pobrezinho
uma remota esperança num doce sentimento
Regenera-se
então o fibrio órgão
devagar que a vida não o torna
a ser de novo um pujante coração
porque um sorriso à porta só se assoma
Nestas coisas
d'amar há que dar-lhes um tempo
para que a confiança num outro coração
nos encha o nosso com o seu sustento
E de vida e
amor ele volta a bater
ao ritmo que mais nos apraz
trazendo em estesia vontade de viver
Eugénio de Sá
Fundo Musical: Fascinação
|