Velhas Árvores - faffi (Silvia Giovatto)

Bilac
e Eu

Olha meu poeta querido,
está cena você não poderia imaginar,
poetas atrevidos dando um sopro de vida,
às árvores antigas que você dizia amar.

Se me atrevo à te plagiar é
porque da janela da minha sala de estar
vejo subindo ao céu,
uma árvore que sigo desde menina.

Vi muitos pássaros ninhando nela,
borboletas azuis esvoejando
e muitos jovens à sua sombra,
um amor eterno jurando...

Não choro minha mocidade,
quando à sua sombra me abrigo,
contando os dias que vão findando
e a minha vida aos poucos levando.

Fui menina, fui bela e muito querida,
como à sua árvore senhor Bilac,
já floresci, nessa longa vida...

faffi (Silvia Giovatto)
12/11/2007

Velhas Árvores - Olavo Bilac (In-Memorian)

Olha estas velhas árvores, — mais belas,
Do que as árvores mais moças, mais amigas,
Tanto mais belas quanto mais antigas,
Vencedoras da idade e das procelas . . .

O homem, a fera e o inseto à sombra delas
Vivem livres de fomes e fadigas;
E em seus galhos abrigam-se as cantigas
E alegria das aves tagarelas . . .

Não choremos jamais a mocidade!
Envelheçamos rindo! envelheçamos
Como as árvores fortes envelhecem,

Na glória da alegria e da bondade
Agasalhando os pássaros nos ramos,
Dando sombra e consolo aos que padecem!

Olavo Bilac
(In-Memorian)

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