Ouvi ao longe, um vazio de horas Calou-se não disse nada! Que se sucedem ao léu, das manhãs despertas Fez do momento, uma espera infinda, senti na pele, a mudez do vento entrelaçado num esquecimento Relutei, entendi afastei-me. O soar da aurora, não atinge aos tímpanos Foram palavras não ditas, Ensurdecidos por um silêncio atroz Que profundamente calaram, Que emergiu em nós... Como espinhos... feriram minh’alma... A noite chega... aquieta-se a vida Seria melhor que dissesse, O coração palpita, descompassado A saudade habita, o imo silenciado Ainda que muito doesse... Buscar nuances de sons etéreos É objetivo da minha alma inquieta Silêncio agora? Estarão eles, em outros planisférios Se tantas... foram as vezes que ouvi teu pranto... Ou talvez envoltos em teus mistérios Quero um indulto de teu silêncio Lágrimas que em teu rosto enxuguei. Qual foi o crime que cometi Sou apenas uma poeta livre Nada estou cobrando, Que em teus versos me reconheci Careço ouvir tua voz na melodia franca Embalar o coração numa canção Que passeia ao céu como nuvem branca Levada pelo vento com alento Uma palavra apenas, não mais que uma Palavra levada sem uma razão... Quebra teu silêncio e desfaz a bruma... Eu silencio ao escutar teu canto! Apenas estou me questionando... ...tudo começa donde vem sustento!... Denise Severgnini Novo Hamburgo - RS Nadir A. D'Onofrio Francisco Coimbra Fundo Musical: Feelings
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