Obrigada, Ilustre Poeta António Barroso,
pelo honroso dueto! O meu abraço.
Carmo Vasconcelos


Novos Rumos

Carmo Vasconcelos

 

Vão-se os anos correndo, oh, vida breve!

Vai-se o tempo encurtando sem surpresa,

E nos ventos de tanta ligeireza,

Esvai-se o alento d’alma em passo leve.

 

Tantos anseios e sonhos que já teve…

Hoje, lagos de pranto, são represa;

águas aprisionadas na incerteza

do rumo que o destino lhes prescreve.

 

Que se abram as comportas, que de vez

haja brilhos de sol para enxugar

a dor molhada que a alegria desfez…

 

E que venha, a seu tempo, a luz da fresta

para a morada eterna se alcançar…

Morada onde mais nada nos molesta!

 

***

Lisboa/Portugal

01/Janº/2012

 

Rumo Final

António Barroso (Tiago)

 

Canteiros de ilusões que percorri

Tão cheios de promessas, de esperança,

Das rosas, só espinhos eu colhi,

E os sonhos são, agora, uma lembrança.

 

Ah! Tantos sonhos, tantos, que eu vivi

Desde tenra idade, inda era criança,

Recordações somente que senti

Duma vontade que já não se alcança.

 

Só me restam memórias bem singelas

Das coisas simples que sonhei, tão belas,

Cada momento que vivi, tão terno.

 

Só um desejo, então, tenho p'ra mim,

Que se aproxime mui depressa o fim

Para poder sonhar no limbo eterno.

 

***

Parede - Portugal

(02/01/2012)


 

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