A paixão não tem medida
nem coração
nem saída
A paixão é desalmada
chega tão desesperada
e nem pede permissão
A paixão quando acontece
invade e domina a razão
E depois desaparece
ferindo a ferro o coração
Dela não sobra nada
além da melancolia
cansaço e desarmonia
Tem aparente grandeza
na chegada, no torpor
que embriaga e fascina.
Logo perde o encantamento
e se faz desilusão.
As juras secretas
se apagam da memória
porque se vai sorrateira,
sem escrever sua historia.
Beatriz por um triz*
São Paulo - SP
A paixão é estrela cadente
Que nos encanta e nos fascina
Surge fugaz no céu da gente
E por breve instante o ilumina...
A paixão é tal uma aguardente
Que nos leva a um estado de torpor
Estado de euforia, mas ela é diferente
Pois ela prescinde da perenidade do amor
A paixão surge assim de repente
E sempre nos encontra desprevenidos
E cruel, ela transforma completamente
Todos os nossos cinco sentidos...
A pele arrepia e fica incandescente
Na boca surge um gosto gostoso demais
No ar um perfume floral a gente sente
E se escuta uma sinfonia que parece de paz
Nossa visão se ofusca inteiramente
Tudo se vê de modo turvo, opaco e distorcido
E quando ela parte deixa a pergunta na mente:
Não seria melhor se ela não tivesse acontecido?
E embora ao se ir deixa uma dor
intensa e latente
E a alma se sente assim prostrada e dolorida...
A gente não liga e logo deseja-se-á, ansiosamente
Que em breve surja uma outra paixão em nossa vida!
Maurício Santanelli
Fundo
Musical: A medida da paixão
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