Lenha nasci... boa para fogo Nas chamas ardi... da paixão Da vida aprendi... a arte do jogo E sempre a vivi... com total devoção Tornei-me brasa neste momento, Longe ainda, tornar-me carvão Mas muito preciso do suave vento Que podes soprar com moderação... Em mim, podes aquecer o teu alimento No meu calor, acalmar a tua aflição Poderás apreender algum ensinamento Se te dispuseres a dedicar-me, alguma atenção Hoje meu caminhar é mais lento... Contudo sigo firme pois conheço a direção e se vagaroso tornou-se o meu pensamento Aprendi buscar atalhos à melhor solução E a neve que hoje cobre o meu cabelo Não chegou a esfriar meu velho coração Por isso rogo-te fazer tal singelo apelo Que pacientes ouças a minha preleção Quero ser teu bom, fiel e devoto amigo Ser teu avô, teu pai, teu filho e irmão Muito também quero eu aprender contigo Saberei atento ouvir, a tua inquietação Pois quero me alimentar da tua juventude Quero ser cúmplice de toda a tua emoção Eu quero por fim, e com total plenitude. Ao te transmitir a paz, encontrar a redenção! Maurício Santanelli
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