Quando morre um poeta, o planeta
sofre um sismo de lava encarnada;
uma voz é calada e o alfabeto
fica sem uma letra precisada.
Quando morre um poeta, não é só
o arcano que morre, é também
uma estrela que cai ficando pó,
a chorar como um filho por sua mãe.
Quando um poeta morre, há uma gota
que vem do mar, salgada com o sal
de sangue muito rubro, a linha rota
da colcha que foi bela desigual.
Quando morre um poeta o meu olhar
afunda-se na água desse mar.
Daniel Cristal
14/10/2005
O poeta não morre,
fica eternizado
em nosso corações,
o seu jeito de poetar
de ver o mundo.
O poeta, não morre
apenas troca de caminho.
Ele fita o horizonte
vai em busca de cores
pincela na alma
seus amores.
Revivendo, sonhando,
transforma em aquarelas
imagens abandonadas
desfocadas, amarelas.
Pinta na relva do coração
suas emoções,
cavalga no infinito
num corcel dourado.
Plasma o estupor
cria sonhos
rejeita a dor,
a separação...
Ele revive nas emoções
sua vida passada,
sente a saudade,
mas está e estará sempre
perto de quem o amou
de quem dividiu com ele
seus versos, seu encanto.
Sua alma de poeta
transgride as leis da natureza
e na sublimidade do amor
escreve seus versos
continuando sua história.
Apenas passou pela vida
e deixou marcas...
deixou profunda saudades...
Arneyde T.
Marcheschi
Vitória - ES - 13/10/2005
"Para você meu querido
poeta meu amigo,
Nilson Matos Pereira."
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Fundo Musical:
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