Dueto: Chora poeta

Recebi em 03/10/2005

Chora poeta - Arneyde T. Marcheschi

Chora poeta,
deixe suas lágrimas verterem
sobre seus sentimentos,
deixe fluir sua dor
poetar não é só falar de amor.
Chora poeta
expresse seu desamor
pare de driblar a solidão
de enganar a emoção
de falsear a infelicidade
que lhe vai pelo coração.
Chore poeta
deságue nos oceanos da vida
que muitas vezes não lhe dá guarida
eterna caprichosa
que sua alma abriga,
enganado-se nos torvelinhos
caminhando em curvas perigosas
perdendo-se nas retas das estradas
maliciosas, contundentes.
Chore poeta
deságue seu pranto
recolha suas flores, suas desilusões
escondidas no seu âmago
voe com as comoções
mas não se esqueça de voltar
a sonhar, a devanear,
pois sem você, poeta
a vida não existiria
não teria graça, nem cor,
e nada mais, seria alegria.

Arneyde T. Marcheschi
Vitória - ES - 02/10/2005
www.vidatransparente.com.br

Lágrimas da Vida - Marise Ribeiro

Choro como poeta
porque das lágrimas vêm meu alimento,
delas tiro meu alento,
sem elas não sinto a ferida aberta
pela solidão concreta.

Com o sal das lágrimas,
tempero meus sentidos,
com o embaçamento dos olhos, recolho-me
e enxergo dentro mim
o vazio doído corroendo-me assim.

Verto para o papel,
com a tinta do meu pranto,
a dor que amarga em fel
um coração que ficou ao léu.

Enquanto houver lamúrias a derramar
sei que a poesia ainda virá
e a cada vez mais sofrida
até que seque essa ingrata vida.

Marise Ribeiro
Rio de Janeiro - RJ - 02/10/2005
www.mariseribeiro.com



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