Molhada...
melada de prazer
Tem gosto de mel, de sal, de sexo.
Busca a minha que vasculha seu corpo
Numa ânsia voraz de desejo.
Desejo que dói só em pensar
De como saborear cada lugar
Cada pedaço do corpo entregue ao deleite.
Ao desejo contido... Reprimido, enrustido.
Boca macia percorre pelo dorso
Aquecendo o corpo que sente frio.
Que estremece pelo contato morno
Do afago desprendido por sua boca.
Beijo molhado pelo deleite da hora
Em que os corpos se completam
Exalando num último suspiro
Tudo que não mais podia conter.
Ana Kilesse
Rio de Janeiro - RJ
No apagar de
um dia, dureza de lidas
Acendem-se nos amantes as carícias
E as bocas que falaram de negócios
São as mesmas que geram mil delícias
Perdidos os cansaços na placidez dos ócios
Entrelaçam-se as línguas e as vidas
Beijos doces
são então trocados
Sussurram-se aos ouvidos promessas de amor
E as almas flutuam sobre leitos de afagos
Desenhando caprichos com ardor
Como cisnes vogando sobre lagos
Elevando dos corpos os odores sublimados
É o esplendor
da vida com os vigores viris
E a seiva fluída usa câmbios gentis
Nas línguas que se exaltam p'los vales esfusiantes
São os jogos do amor aos centros dos quadris
Numa emoção febril que nos amantes
Encontra o apogeu ao sul da púbis
Eugénio de Sá
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