SILÊNCIO...

Ana Kilesse & Odir Milanez

 

Com um simples gesto, a alma pede...

Que o coração se cale, para poder ouvir,

Voz da razão... Quando a emoção atordoa

O que o ser, na realidade quer que sintam!

Nada sei do que sou, sem ser mais nada

no deserto das ruas populosas.

Falas me negam fala à voz calada,

riem de mim roseiras pelas rosas.

Difícil parar o pensamento, silenciar;

Quando aflita esta, por mente em rebuliço,

De quem, num remanso de um lago estava;

Por acomodação... Quem sabe momentânea?

O meu sorriso é triste na chegada

e logo parte em preces lastimosas

para encontro nenhum, nalguma estrada

noutecendo nirvanas nebulosas...

Precisava dar movimento a vida parada.

Nenhuma solução viável parece surgir

Quando estagnados estamos por medo,

Dos efeitos colaterais! ... Ação e Reação...

Um silente não ser, como atributo!

O não ser do que sou tornado imenso!

O som do nada, sonso, absoluto,

fazendo-me escutar o que não penso!

De qualquer forma o gesto de pedir silêncio,

Já era uma iniciativa, para tomada de posição!

Mente já calma raciocina: melhor tomar decisão

Mesmo não sendo corretas, do que a estagnação.

Dando ouvidos aos sons que não escuto,

meu silêncio no nada é tão intenso,

que à tua fala serve de conduto,

somente pra me ouvir perder o senso...