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© Fornecido por Abril Comunicações S.A.
Ilustra Kiko Mauriz - Edição Felipe van Deursen |
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1. OBRA
DEMORADA
A
construção demorou muito.
Em 211 A.C.,
o senhor feudal Qin
unificou parte do que hoje é a China e se tornou imperador.
Na época, as fronteiras do país
tinham dezenas de pequenos muros de barro, areia molhada ou madeira,
levantados desde o século 7 A.C.
Para reforçar a proteção contra as
tribos do norte, Qin resolveu unir esses muros.
2. DE PEDRA EM
PEDRA
A
partir de então, a muralha foi ampliada,
atingindo o auge no rei-nado da dinastia
Ming (1368-1644).
O processo de construção evoluiu:
após quebrar pedras com pi-caretas no pé das montanhas, os trabalhadores
(em geral, cam-poneses da região)
as levavam sobre o lombo de cabras até a obra.
Ali, colocavam as pedras e os
tijolos de barro em bacias de bambu.
Para erguerem as peças, usavam
cordas e roldanas.
3. ROTA SEGURA
A
Rota da Seda, caminho usado por comerciantes do Ocidente e do Oriente,
passava pela área coberta pela muralha.
Com o tempo, a construção, que
tinha função estritamente mili-tar, assimilou alguns serviços da rota,
como o uso de correios.
Mensageiros percorriam a muralha
de ponta a ponta e desciam nos vilarejos próximos a construções de
apoio.
Já ouviu falar que milhares de
cadáveres foram misturados às pedras para reforçar a obra?
Isso é lenda.
4. CAMINHO
SUAVE
Durante o período Ming, a muralha chegou a ser moradia de até 1 milhão
de guardas, que caminhavam entre
os postos de ob-servação, preservando as fronteiras e observando a
possível mo-vimentação de inimigos, especialmente os mongóis.
Nessa fase, a muralha já era uma
espécie de fortaleza linear.
VIDA CHATA
Os
guardas faziam rondas de madrugada e, à luz do dia, circu-lavam entre os
postos de observação, enquanto os colegas pre-paravam alimentos ou faziam
a manutenção das armas.
A comunicação entre as torres era
feita por meio de sinais de fumaça.
As fogueiras eram acendidas com
palha misturada com fezes de soldados e animais de carga.
ATRAÇÃO TURÍSTICA
A
muralha perdeu utilidade militar quando a China expandiu suas
fronteiras.
No século 19, ela começou a atrair
turistas.
Partes da obra que ficam em
regiões distantes estão desgastadas e em decadência.
Além do tempo, a culpa também é do
ex-ditador Mao Tsé-tung, que nos anos 1960 e 1970 retirou pedaços
inteiros do muro para construir casas
Outra lenda: Aquele papo de
que dá para ver a Muralha da Lua.
FONTES livros The Great
Wall of China: From History to Myth, de Arthur Waldron, e The Great Wall:
China against the World, de Julia Lovell