Não quero “i-” na minha vida


Aqueles aparelhos que têm a tal vogal à frente. Desesperador! A gente não consegue conversar, porque logo chega uma mensagem de alguém que está longe, querendo saber o que se está fazendo, o lugar onde a pessoa se encontra, com quem está, o que come, o que veste, que hora é, como está o tempo.

Nesse momento, corta-se o assunto com quem está conosco, querendo manter uma conversa acolhedora, agradável, amorosa. Não há sossego! Onde tem conexão… o assunto é só com quem está longe, bem longe. Se perguntamos sobre o apego ao aparelho, respondem: “Só desta forma posso manter contato com as pessoas que estão bem longe, lá onde moro!” Quem está perto e não vê constantemente… está sempre em segundo plano e se sente desprezado. Nem tenta forçar um papo, porque a compenetração do outro é tão grande, que é pouco provável que nos escute ou dê a atenção desejada e esperada.

Quem está longe deve entender que tem as pessoas em tempo total e quando ela se afasta, é normal dar atenção a quem não vê sempre, de quem sente saudade e que também sente a falta dela. É questão de obedecer ao breve afastamento, estabelecer contato espaçado ou urgente e não, a todo momento e com perguntas que pode-se esclarecer no retorno. Penso que quando se retorna, nem tem assunto a tratar, porque já se falou tudo.

Quero  permanecer  apenas  com  o  notebook,  o netebook  e  o computador  de  mesa.  Nada  de  celulares  bastante modernos, tablet’s e aparelhos que podam a relação real entre as pessoas. Desse modo posso conversar,  gargalhar,  passear sem ter quem se apodere do meu curto tempo ao lado de quem amo.

Quero o mundo real!

Sônia Maria J. Sogawa
Contagem - MG - 20/02/2012

Obs: Texto com a vogal “i” somente no nome do assunto.



Fundo Musical: Perhaps Love - Richard Clayderman
 

 
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