Existem aposentados que vivem suas aposentadorias,
crentes que estão numa boa, batendo papo nas praças, dormindo, assistindo TV,
engordando
e comprometendo os seus neurônios pelo não uso cognitivo
adequado. A velhice vai chegando, as doenças visitando e, muitas
ve- zes, se
apossando dos espaços vazios. A partir daí a coisa vai se
deterio- rando
até a finitude. A sua linha de vida é uma linha reta, são daltôni- cos, só enxergando a
vida no preto e
branco. Porém, como querer é po- der, existem formas de reverter esse quadro, procurando ajudá-los
pa- ra que se desaposentem. Existem bons trabalhos terapêuticos que serão úteis para que o idoso
redescubra seu potencial.
Quando isto aconte- cer, o ganho secundário da doença, certamente, não será
mais necessá- rio, os quadros de depressão serão substituídos
pela ação e pelos so- hos. Precisa-se sonhar para bem viver.
Porém existem aposentados que não entram no processo de
en- velhecimento e sim de envelhecência. Pode-se dizer, são eles
desapo- sentados.
Assim
partem para fazer o que gostam, traçam novos projetos de
vida, realizando,
às vezes, sonhos que ficaram adormecidos, espe- rando uma
oportunidade para
ressurgirem. Outras vezes buscam ativida- des
filantrópicas, ajudando aos que
precisam de cuidados, sejam pesso- as, plantas, animais ou o próprio planeta.
Alguns de dedicam à cultura, partilhando lindas mensagens que,
certamente,
irão alegrar os cora- ções de leitores que buscam mensagens
altruístas de ajuda
para ameni- zarem a aridez de suas vidas; mensagens poéticas que
falem a seus co- rações e que toquem o espírito.
Os mais ousados não pensam na idade cronológica e
vão fazer novos
cursos, exercer outras profissões. Esses
últimos grupos têm como caminho
uma linha curva, ondulada, usam lentes coloridas uma vez
que não são daltônicos. Vivem a vida construindo seus projetos,
descobrin- do o novo. Não têm
medo do viver intensamente e vergonha de serem felizes. Cultivam a alegria
interior que é extremamente saudável.
Necessário se faz repassar esses valores para
os jovens que, lógi- co,
com o avanço da linha da vida, chegarão à terceira idade.
Para isso, as bases
deverão estar prontas para que não entrem no
envelhecimento e sim sejam capazes de viver na envelhecência
como seres produtivos, donos das suas vidas, aptos para
reconstruções. Isso deve começar a se incutir desde a
formação dada pelos pais, observando como esses
apre- sentam a seus filhos os próprios pais. A escola pode e deve dar a sua contribuição no repasse de valores
e considerações dispensadas aos mais velhos. As crianças de
hoje serão os jovens de amanhã e esses jo- vens um dia vão estar na posição de
idosos. Dependendo do olhar que tiverem sobre si, poderão dar grandes
contribuições às futuras gera- ções.
Uma sociedade sadia terá, certamente, filhos sadios e
produti- vos, independendo da idade cronológica em que se encontram.
Por que, em tempos passados, os idosos eram considerados
como fontes de sabedoria, sendo conselheiros e orientadores para os
mais jo- vens? Eles
tinham vez e voz e um lugar de destaque na sociedade. Isso foi
se esgarçando
ao longo dos anos, nessa sociedade do TER que deixou o SER de lado para só
dar valor ao que é lucrativo, isto é, ao capital. Os valores
humanitários saíram
de moda. Mas graças a Deus, muitas pesso- as estão
buscando a reconstrução
desses valores na volta para o interior de si,
saindo da superfície desgastada
que vai desqualificando o ser hu- mano como pessoa e colocando-o
no lugar de
objeto negociável e ex- posto a venda.
Vamos unir forças com bons exemplos, numa revolução vibrató- ria que
seja transmitida de forma universal.
Isso nos foi deixado por Jesus que veio para revolucionar os va- lores do
seu tempo, pregar o amor e a paz, anunciando que o seu
Reino não era deste
mundo. Foi condenado e morto por isso deixando-nos es- se legado, o seu
exemplo, como modelo para nós mortais. |