Muitos não acreditam, mas o que vou contar é a mais pura
verda-de... Deus e eu sabemos que é.
Meu salário não dava para as despesas, por isso,
arrumei um serviço extra, de datilografia (para
fazer à noite). Depois de colocar as crianças
na cama, pegava minha máquina de escrever e ficava, até tarde,
datilografando.
Meu filho ficava acordado me fazendo companhia, quando
não aguentava, me dava um beijo e ia dormir.
Uma noite, enquanto eu estava datilografando, Eduardo
pediu para eu abrir a mão e fechar os olhos. Pensando que fosse alguma coisa
que ele tinha feito na escola para o dia das mães, fechei os olhos e estendi
as mãos. Edu depositou em minhas mãos algo que parecia um cartão grande.
Abri os olhos e vi que no cartão estava escrito: DIPLOMA DE DATILOGRAFIA -
E, logo a baixo, o nome dele: Eduardo Pokk
Muito emocionada abracei meu filho.
Sentindo meu abraço ele me disse: - Mãe agora você
pode ir dor-mir, eu termino o trabalho para você.
Perguntei como ele tinha conseguido fazer o curso e
ele me confes-sou: Sabe quando eu vejo você ficar até tarde trabalhando na
ma-quina de escrever, eu fico com pena de você, e por isso, eu quero ajudar
você mamãe.
Sempre que você me trás da escola, me deixa sozinho em
casa e, volta para o trabalho, aproveitei esse tempo fazendo o curso. Quem
pagou as mensalidades foi o titio.
Perguntei: Quem te levava no curso?
Ele: Eu ia sozinho!
Eduardo só tinha só 8 anos.