A lei dos Políticos

Recebi em 01/10/2022


Numa sociedade descaracterizada reina o medo, a omissão e a pobreza, em desfavor da democracia e da palavra.

O medo de não se ter emprego ou de o perder, em nome da tecnocracia e de sistemas falhos.

A omissão que cala perante os gigantes das indústrias, que encerram fábricas e enviam para o desemprego milhares de pessoas.

E por fim a pobreza, resumo de tudo isto, onde a democracia é vilipendiada e vendida à senhora burocracia.

A palavra dá lugar ao silêncio e à resignação, é de bom senso as pessoas calarem, para não serem estigmatizadas e despedidas de seus trabalhos.

A autocracia impera, em nome de países livres onde os governos se preocupam com os seus cidadãos e concidadãos.

Vivemos num mundo globalizado onde os senhores todo-poderosos deixam de fazer cedências aos países mais pobres e desgarrados.

Tudo é vendido ao preço do ouro; as amizades são fruto do dinheiro e a Europa vive num caos, de falências e bancas rotas, um pouco por todo o lado.

O petróleo e o gás são donos e senhores das nações, que não passam de regiões de terceiro mundo.

As Nações Unidas perderam todo o seu poder de afirmação, transformando-se num bando de engravatados, posando para a fotografia.

Países invadem países passando por cima da auto afirmação e as pátrias não passam de aglomerados de tendas de campanha, onde impera a fome e os maus-tratos, levando à prisão muitos dos seus líderes que pedem asilo político em troca de interesses e de dinheiro.

Os defensores da liberdade são mortos em plena luz do dia, com tudo a ser registado pelas televisões e pelos jornalistas, que arriscam as suas vidas em nome da informação.

Por outro lado, para desmentir todos estes desmandos, existe a contra informação, numa rede bem montada, para fazer valer os seus proveitos.

Tira-se o poder de compra às pessoas, para tapar falências de bancos e de empresas de renome, associadas às indústrias como interesses políticos e sócio económicos.

A justiça não funciona deixando que os tentáculos do polvo se apoderem de tudo, à sua volta, fazendo prevalecer a riqueza em nome de uma pobreza disfarçada e escondida, dos olhares mais atentos.

Os poderes instaurados à força dos autocratas, não descuram o associativismo, que lhes garanta lucros imediatos, que enviam para bancos suíços, e offshores onde impera o secretismo de má reputação.

Bancos esses que ficam a dever muito aos tiranos, deste mundo.

A liberdade de expressão está amarrada a simpatias que auferem de associativismos que despertam o interesse e a curiosidade de políticos de renome e que tiram proveito dos partidos a que estão associados, para terem acesso a jornais e periódicos, como bem lhes aprouver.

A censura impera e é rasurada, o que não convém ao esclarecimento do povo, que compra e lê essa imprensa sensacionalista.

A política anda de mãos dadas com a imprensa, que lhe dá garantias de sucesso, para outros voos mais altos, dentro dos partidos políticos.

Este mundo soa falso e age como tal, é preciso agir com firmeza.

Jorge Humberto
20/08/2010

* Por decisão do autor, o texto está escrito de acordo com a antiga ortografia.

Jorge Humberto
Portugal


 

 
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