ERA UMA VEZ UM ESPANTALHO
Renate Emanuele
Uma estória de era uma vez Um carrancudo fazendeiro e o filho
Um espantalho de palha de milho Com esfarrapada camisa xadrez
Os pássaros gostavam do espantalho Porque em seu chapéu aninhavam
E para descansar eles pousavam No espantalho, que era um galho
O fazendeiro quando ia trabalhar Resmungava muito o dia inteiro Mexendo daqui acolá no canteiro
Da vida, o que tinha era reclamar
Espantava a passarinhada Que lhe roubava as sementes Gritava muito, cerrava os dentes
Quebrava os ovos da ninhada
O filho percebia tudo com sentimento Tentava persuadir o malvado pai
Protegendo sempre os animais Enquanto o pai lhes imputava sofrimento
Mas a sorte mudou de repente
De tanta malvadeza o fazendeiro Virou espantalho preso ao canteiro E o triste espantalho virou gente
O filho que era só um aprendiz Aceitou a mudança sem importar Aprendeu como a fazenda tratar
E a estória termina assim feliz
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