Recebi em 01/11/2010
 
Era uma vez um espantalho
 
 
 
ERA UMA VEZ UM ESPANTALHO
Renate Emanuele
Uma estória de era uma vez
Um carrancudo fazendeiro e o filho
Um espantalho de palha de milho
Com esfarrapada camisa xadrez

Os pássaros gostavam do espantalho
Porque em seu chapéu aninhavam
E para descansar eles pousavam
No espantalho, que era um galho

O fazendeiro quando ia trabalhar
Resmungava muito o dia inteiro
Mexendo daqui acolá no canteiro
Da vida, o que tinha era reclamar


Espantava a passarinhada
Que lhe roubava as sementes
Gritava muito, cerrava os dentes
Quebrava os ovos da ninhada


O filho percebia tudo com sentimento
Tentava persuadir o malvado pai
Protegendo sempre os animais
Enquanto o pai lhes imputava sofrimento

Mas a sorte mudou de repente
De tanta malvadeza o fazendeiro
Virou espantalho preso ao canteiro
E o triste espantalho virou gente

O filho que era só um aprendiz
Aceitou a mudança sem importar
Aprendeu como a fazenda tratar
E a estória termina assim feliz



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