Recebi em 22/02/2011 |
ZÓIA O SACI AQUI
Marcial Salaverry
Zóia o saci, minha genti...
Inté pareci di vredadi...
Dizquié lenda,
mas há quem aprenda
as coisa da vida
cuma ela é...
Zóia o Saci,
si achegando puraqui...
Pulando numa só perninha...
Uma figura gozadinha,
caquele seu gorrim,
fica inté bunitim...
Num careci di tê medo,
pois di mardadi,
num tem nem arremedo...
Saci só qué brincá,
pra modi a vida alegrá...
Vem Sacizim...
Si achegue inté mim,
qui nói vai prosiá,
i pru mundão amostrá,
cocê é amigo
dusteusamigo...
Vem di lá um abração,
qui é di coração...
Marcial Salaverry
Fundo Musical: Samba do Saci-Pererê -
Bafo da Onça
Lenda do Saci-Pererê
Pequeno ser, negrinho, perneta, sempre pulando
numa perna só, capuz vermelho vivo enterrado
na cabeça, às vezes
fazendo o bem e, muitas outras, o mal.
Nas casas, passa
infernizando os afazeres domésticos,
queimando a comida,
apagando o fogo no meio de uma fervura, escondendo coisas,
batendo portas e entornando líquidos.
No campo, abre porteiras, espanta a criação e o gado,
dispara cavalos, nos quais se compraz
em trançar crinas e caudas
em emaranhados difíceis de destrançar.
Este personagem, visível ou invisível, sempre soltando irritantes
assobios e pulando, mais conhecido no sul (também em Portugal),
traz em si elementos de diferentes crenças como,
por exemplo, do
Kilaino, duende que, segundo registro, é "ente maléfico que mora
no mato ou nos morros, assume formas diferentes (...) respondendo
aos gritos de uma pessoa e gritando para transviar
quem anda no
mato.
(Lenda Indígena / Bruxo-els)
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